Estudos indicam que a taxa de queda de pacientes em hospitais de países desenvolvidos variou entre 3 a 5 quedas por 1.000 pacientes-dia (Anvisa 2013). Em hospitais brasileiros, observou-se uma incidência de quedas entre 0,3 a 1,7 para cada 1.000 pacientes-dia.
No Hospital Estadual da Mulher (Hemu), nos últimos sete meses, a taxa de queda ficou em 0,02. Uma das atitudes que vêm contribuindo para essa baixa incidência, além das medidas preventivas adotadas pela unidade, é a capacitação, realizada periodicamente entre seus colaboradores. Organizada pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e setor de Fisioterapia, o hospital deu início na segunda-feira (29) a mais um treinamento sobre prevenção de quedas, no intuito de reforçar a importância da conscientização sobre a cultura de segurança do paciente para melhorar ainda mais a assistência. As atualizações que serão realizadas durante três dias, até dia 31, são ministradas pelos residentes de Fisioterapia Suellen Moreira e Lucas Silvério.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a queda é a segunda maior causa de morte acidental no mundo, responsável por 424 mil óbitos/ano, entre as quedas que não causam morte, 37 milhões requerem cuidados especializados de saúde. Pacientes hospitalizados apresentam maior risco de quedas, devido a vários fatores.
Por esses motivos, a prevenção de quedas tem se tornado uma questão prioritária na área da saúde, sendo uma das metas internacionais de segurança da OMS e um dos protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
Na capacitação, foram abordados os seguintes temas: o conceito de queda; fatores de risco; protocolo de prevenção de quedas; classificação de risco de queda – Morse e Humpty Dumpty; fluxo de admissão e avaliação no Hemu; instrumentos utilizados para orientar pacientes e acompanhantes; indicadores da unidade; medidas preventivas; transporte seguro, além de alertar para as notificações.
Os palestrantes ressaltaram a importância da notificação e lembraram que considera-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. “O monitoramento do incidente é uma importante estratégia para subsidiar medidas preventivas e orientar a gestão nas ações de cuidado e segurança do paciente”.
Segundo a enfermeira Lilian Fernandes, coordenadora do NSP e especialista em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, o trabalho de identificação do paciente começa já na admissão, com a definição se a pessoa tem baixo ou alto risco de queda. No Hemu, o risco assistencial relacionado à queda é identificado por um botton na cor amarela, na pulseira de identificação do paciente e à beira-leito. A coordenadora espera que todos os profissionais da unidade participem da capacitação para dar continuidade aos ótimos resultados apresentados, assegurando qualidade e segurança aos pacientes.