Hospital Evangélico Mackenzie realiza três transplantes diferentes no mesmo dia

O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), de Curitiba (PR), viveu um dia histórico em 16 de agosto. A instituição executou, simultaneamente, três transplantes de órgãos, em especialidades diferentes – de fígado, rim e córnea. Todos bem-sucedidos, os procedimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como 95% dos atendimentos prestados pelo HUEM.

“Este fato demonstra todo o preparo e capacidade de nosso Hospital para procedimentos de alta complexidade. Em termos de infraestrutura, equipamentos e no que diz respeito à qualificação dos profissionais envolvidos. Realizar três transplantes diferentes no mesmo dia é um feito que entra para a história do hospital”, destaca o diretor-geral do HUEM, dr. Rogério Kampa.

Prestes a completar 62 anos no dia 5 de setembro, desde 2019 a instituição vive uma nova fase em sua história, a partir do momento em que a gestão passou a ser feita pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM). O resultado fica evidente, em especial pela satisfação dos pacientes e familiares atendidos.

O eletricista Agnaldo Ramos, de 44 anos, estava aguardando na fila dos transplantes há quatro anos para receber uma nova córnea para o olho esquerdo, que estava com somente 30% da capacidade devido a complicações de uma herpes ocular. O problema na visão chegou a prejudicá-lo profissionalmente. “Perdi algumas oportunidades de bons empregos, pois não fui aprovado no teste de visão para trabalhar com quadro elétrico e trabalho em altura. Só estava conseguindo fazer serviços para pessoas que já me conheciam”, conta.

O transplante foi realizado pelo oftalmologista Dr. Leon Grupenmacher, que também é diretor do Banco de Tecidos Humanos do HUEM, estrutura responsável por captar córneas e outros tecidos que possibilitam a realização de transplantes. “A herpes ocular criou cicatrizes corneanas que diminuíram a visão do paciente. Desta forma, o problema só seria resolvido trocando a córnea, pois a dele perdeu a transparência”, explica o médico.

Na mesma semana, o paciente compareceu a uma consulta de retorno para o acompanhamento de sua recuperação. “Fui muito bem atendido na cirurgia, por profissionais educados e competentes. Estou me sentindo bem, tomando os cuidados que foram passados para me recuperar o mais rápido possível. Fiquei muito satisfeito com todo o atendimento”, disse logo após a consulta, na sexta-feira, 20 de agosto.

Grupenmacher destaca o feito do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. “Eu nunca tinha visto a realização de três transplantes de órgãos distintos em um mesmo hospital de maneira simultânea. São poucas as instituições hoje que têm condições de alcançar um feito desta magnitude”, disse.

No mesmo dia, 16 de agosto, também aconteceu um transplante de rim. Foi o primeiro transplante de rim com doadora viva em 2021 no estado do Paraná. A paciente de 34 anos, que já era transplantada aos sete, recebeu o rim de sua irmã. “Foi um procedimento mais complexo por se tratar de um retransplante, 27 anos depois do primeiro, a paciente recebeu um novo rim”, explica a nefrologista Carolina Pozzi, que coordenou a equipe responsável pelo transplante.

Transplantes com doadores vivos requerem um cuidado maior por parte do hospital, pois é fundamental garantir a segurança do doador. “O Evangélico Mackenzie oferece toda a estrutura que contempla um espaço protetor para o doador e também atende todas as necessidades do transplantado”, diz Carolina.

A instituição é pioneira em transplantes de rim no estado do Paraná, com o dr. Miguel Carlos Riella. “Temos bastante experiência neste tipo de procedimento, contudo fazer com doador vivo é sempre um desafio”, afirma dra. Carolina. Também participaram do procedimento os urologistas Murilo Murata, Paulo Javorski e a infectologista Suzanne Edinger.

Os médicos cirurgiões dr. Igor Luna Peixoto e dr. Nertan Tefilli foram os responsáveis pela realização do transplante de fígado, também na segunda-feira. A paciente vinha sofrendo com uma cirrose hepática. “Ao longo dos anos, com gordura no fígado e sem fazer um acompanhamento adequado, as pessoas acabam desenvolvendo esta doença que chega a quadros bastantes graves. Felizmente, a paciente conseguiu um órgão compatível e fizemos o transplante com todo respaldo técnico e científico que o hospital nos oferece”, afirma Peixoto.

Segundo Tefilli, a façanha de realizar três transplantes no mesmo dia demonstra o comprometimento da instituição com o tema. “Mostra que o hospital está voltado para a causa dos transplantes, nos dando total segurança em executar os procedimentos da melhor maneira possível”, explica.

O cirurgião conta que durante a pandemia houve uma certa queda no número de doações de órgãos e, consequentemente, na realização de transplantes. “Não só aqui como em todas as demais instituições de saúde que precisaram reservar leitos para pacientes de Covid. Todavia, com o avanço da vacinação, esperamos retornar a uma normalidade e estamos completamente preparados para isto”, destaca Tefilli.

Redação

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