Hospital Moinhos de Vento realiza tratamento para obesidade com procedimento ambulatorial

Um tratamento inovador para a obesidade vem ganhando espaço: a gastroplastia endoscópica. É um procedimento menos invasivo, com recuperação mais rápida e que pode ser feito em nível ambulatorial. A intervenção reduz a cavidade do estômago por meio de uma “costura” nas paredes internas do órgão, produzindo sensação de saciedade e a consequente redução do consumo de alimentos. O procedimento não tem cortes e vem despertando interesse dos pacientes.

O médico Nelson Coelho, especialista em Endoscopia Digestiva do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), explica que essa modalidade de tratamento é indicada para pacientes com obesidade tipo I — com índice de massa corporal abaixo de 30 (calculado dividindo o peso, em quilograma, pelo quadrado da altura em metro) — ou com IMC acima de 30, mas que não podem submeter-se à cirurgia. “Trata-se de uma nova opção para quem tem riscos cirúrgicos para realizar a cirurgia bariátrica convencional. As condições de elegibilidade para essa técnica devem ser avaliadas em conjunto, pelo médico especialista e pela equipe multidisciplinar”, pontua o médico Artur Seabra, chefe do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Moinhos de Vento.

O procedimento foi realizado no Hospital Moinhos de Vento pela primeira vez há cerca de dois meses, e a paciente apresenta uma boa evolução. A advogada Viviane Siqueira da Silva conta que perdeu 10 quilos em 40 dias. “Eu estava com 92 quilos, tinha gordura no pâncreas e no fígado, três hérnias da coluna por causa do peso e sofria com refluxo. Pesquisei sobre os tratamentos porque não posso e nem gostaria de fazer cirurgia. Foi simples, sem dor e agora sigo com acompanhamento do médico, da psicóloga e da nutricionista. Estou me sentindo muito bem”, relata.

Novo estilo de vida

Viviane tentou diversos tratamentos desde os 10 anos de idade. O histórico familiar era uma das preocupações, pois o pai é obeso e cardíaco e a mãe morreu em decorrência de um câncer no pâncreas. Agora pretende perder mais 14 quilos, de forma gradual. “Sinto muitas diferenças. Eu tomava remédios para dormir e agora não preciso mais. A mudança de hábitos, alimentação e rotina de exercícios, me faz sentir muito bem com melhora da minha qualidade de vida”, comemora.

Viviane criou um perfil no Instagram para compartilhar a sua experiência. A advogada ressalta que essa é uma prática comum entre os pacientes que optam pela gastroplastia no Brasil. “Como é tudo novo, formamos essa rede de apoio. Também me convidaram para um grupo no WhatsApp, com pessoas de todo o Brasil, onde trocamos informações, nos ajudamos e divulgamos essa nova opção de tratamento”, conclui.

Obesidade

O médico Nelson Coelho destaca que a obesidade é uma doença crônica, porém, tratável em quase todos os casos. “A medicina oferece diversas opções de tratamento, com dietas, exercícios físicos, medicamentos e, quando indicado, procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos. O que não podemos é deixar o sobrepeso e os estágios iniciais evoluírem para condições mais graves”, alerta. O especialista acrescenta que esta é uma alternativa à cirurgia da obesidade.

A população de obesos no Brasil vem aumentando rapidamente e dobrou nos últimos 15 anos. A última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE no ano passado, revelou sobrepeso — peso acima do saudável para a idade ou tamanho — em mais da metade dos adultos entre 25 e 39 anos. Desse universo, quase um terço dos brasileiros se enquadra em algum grau de obesidade. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com o maior percentual de obesos.

Grupo de risco

Os dados servem de alerta, e o problema é de saúde pública. A obesidade é um fator de risco para doenças cardíacas, AVC, diabetes e câncer, entre outros. Neste ano, mais um problema: pessoas obesas estão entre as principais vítimas da Covid-19, com altos índices de internação em UTI e de mortalidade.

Pesquisas publicadas na revista especializada Obesity Research & Clinical Practice, apontam que a probabilidade de uma pessoa com obesidade desenvolver a forma grave da doença é tão alta quanto a de um idoso. Isso independe da idade, do sexo, da etnia e da existência de comorbidades como diabetes, hipertensão, doença cardíaca ou pulmonar. Os autores concluíram que, além de favorecer a progressão rápida da doença e aumentar o risco de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a mortalidade entre os pacientes com essas características que necessitam internação fica em torno de 10%.

Redação

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2 thoughts on “Hospital Moinhos de Vento realiza tratamento para obesidade com procedimento ambulatorial

  1. Olá bom dia ,sou Denise tenho 47 anos ,sou obesa altura 1,56 ,peso 99 qiulos tenho dificuldade pra emagrece me informei sobre essa cirurgia tenho interesse em realizar ! Sou de Belo Horizonte é possível vcs me informar o valor?

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