Hospital, UPA ou Unidade de Saúde: como saber onde buscar atendimento?

Referência no suporte a vítimas de trauma, pronto-socorro do Hospital Universitário Cajuru realiza em média 33 mil atendimentos ao ano

Dores no peito, febre, torção no pé, falta de ar, intoxicação alimentar, resfriado ou fratura. Esses são só alguns exemplos de problemas comuns de saúde que movimentam todos os dias as salas de espera de Unidades Básicas de Saúde (UBS), de Pronto Atendimento (UPA) e ainda prontos-socorros de hospitais. E uma dúvida muito comum entre a população é justamente qual unidade procurar em cada caso. Mesmo que, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 85% dos problemas de saúde possam ser resolvidos sem a necessidade de ir a um serviço de emergência ou pronto-socorro, a maior parte da população ainda recorre, primeiro, à emergência hospitalar.

Longas filas para exames, concentração de pacientes e sobrecarga da equipe de atendimento se tornam alguns dos maiores desafios das instituições de saúde. Apesar da busca pelo atendimento ser complexa e diversificada, a pandemia trouxe importantes aprendizados sobre o funcionamento desse tipo de serviço. Mesmo assim, algumas incertezas permanecem a respeito das diferenças nos suportes oferecidos por Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento ou hospitais.

UBS

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), a chamada porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS), também conhecida como posto ou centro de saúde. São estabelecimentos que dão acesso a atendimentos de rotina, consultas, tratamentos, medicamentos gratuitos, vacinas e acompanhamento médico. Também é o caminho indicado para casos leves e moderados, como sintomas de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite, além de tratamento e acompanhamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

A UBS conta com médicos de família que têm uma formação ampla e integrada, preparados para fazer o atendimento de pacientes de todas as idades. “O principal objetivo dessas unidades é oferecer atendimento para os problemas de saúde da população, quando não houver a necessidade de encaminhamento para outros serviços, como emergências e hospitais”, explica Rômulo de Almeida Torres, cardiologista dos hospitais Universitário Cajuru e Marcelino Champagnat.

UPA

Com o foco na atenção às urgências e emergências, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) têm funcionamento 24 horas por dia e todos os dias da semana. O atendimento é realizado pelo pronto-socorro, onde há uma equipe médica que investiga e trata doenças como hipertensão, febre alta, fraturas, cortes, infartos e derrames. Com mais recursos do que um posto de saúde, a unidade atende pacientes de média complexidade, um meio-termo entre centro de saúde e hospitais.

A estrutura, equipada com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros dos hospitais. Na unidade, os médicos prestam atendimentos que controlam os sintomas e detalham o diagnóstico, permitindo que o paciente seja estabilizado e possa voltar para casa. Mas, em caso de não apresentar melhoras no estado de saúde, ele é encaminhado para um hospital.

Pronto-socorro

Fraturas expostas, fortes traumas, infartos, convulsões, pneumonias, AVCs e hemorragias são situações que pedem um atendimento imediato. O destino correto para ocorrências de alta complexidade como essas é o pronto-socorro de hospitais, que atende os casos graves geralmente encaminhados pelos serviços de urgência e emergência, como Siate e Samu. Com uma equipe multiprofissional – composta por médico emergencista, cirurgião-geral, ortopedista, neurocirurgião, clínico-geral e enfermeiros -, os pacientes são acolhidos, avaliados e classificados por meio de uma triagem que segue recomendações mundiais.

Referência em suporte a vítimas de trauma, o pronto-socorro do Hospital Universitário Cajuru de Curitiba (PR) realiza em média 33 mil atendimentos por ano, que podem dar sequência a internamentos, cirurgias e consultas ambulatoriais. “É elevado o número de vítimas que chegam aqui com um quadro clínico de alta complexidade. Acidentes com motos e atropelamentos são os que costumam resultar em lesões de maior gravidade. Nessas situações, a manutenção da vida é a prioridade do atendimento”, explica Rômulo de Almeida Torres, coordenador médico do pronto-socorro da unidade que tem atendimento 100% via SUS.

Pronto atendimento

O pronto atendimento de um hospital também recebe pacientes com quadros de saúde delicados e que não podem aguardar o agendamento de consulta, porém com menor gravidade. Destinadas a realizar um atendimento mais rápido, sobretudo para quem não corre risco de vida iminente, as unidades estão preparadas para oferecer prontamente todos os cuidados necessários. São equipes multidisciplinares e especializadas que tratam pacientes que apresentam machucados, dores, alergia, falta de ar e infecções, por exemplo.

Importante centro de saúde, o Hospital Marcelino Champagnat se consolidou durante a pandemia como referência no tratamento de pacientes com a covid-19. “No pronto atendimento, estamos de portas abertas para pacientes com problemas de saúde agudos, ou seja, alterações fora do padrão de saúde e que precisam de uma intervenção imediata”, conclui Rômulo, que também é coordenador médico do Pronto Atendimento do Hospital Marcelino Champagnat.

Redação

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