Interoperabilidade é chave para promover a digitalização do setor de saúde, afirma estudo

A pandemia de Covid-19 em todo o mundo acelerou a demanda por sistemas de informação interoperáveis, que implica no desenvolvimento de aplicativos e dispositivos conectados que permitem a troca de dados entre médicos e pacientes, tendo uso cooperativo para melhorar a saúde da população, garantir a continuidade do atendimento e reduzir custos.

Neste sentido a Minsait, uma empresa Indra, realizou um estudo com mais de 80 líderes de oito países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai), que reforça como os sistemas de saúde interoperáveis podem ajudar a impulsionar a digitalização e melhorar os resultados da área da saúde na região. No Brasil, apenas entre 40% e 50% dos hospitais trabalham com histórico clínico eletrônico, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Analisando o país, a Minsait aponta que nos últimos anos houve avanços importantes para alcançar direitos e reduzir as desigualdades sociais da população, garantindo a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). A implementação de políticas a saúde tem contribuído para melhorar o acesso à serviços de maior qualidade e isso se refletiu em indicadores como mortalidade materna e infantil. No Brasil, houve redução da taxa de mortalidade de 1990 a 2015, de 143 a 62 mortes maternas para cada 100.000 nascidos vivos.

Uma das bases para a aplicação de saúde digital no Brasil é o Programa Connect SUS, que terá como base a aplicação do DATASUS, baseado na informatização da Atenção Primária à Saúde (APS Informatizada) e integração de unidades de saúde públicas e privadas em todo o país para garantir o acesso aos profissionais da saúde, gestores e cidadãos por meio do Connect SUS Cidadão.

A plataforma terá implementação em diferentes pontos da rede por meio da disseminação de um Conjunto Mínimo de Dados (CMD) em uma plataforma de nuvem completa, chamada Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Durante 2019, trabalhou-se na definição do modelo, planejamento e gestão dos eixos do Programa Connect SUS, com início de piloto no estado de Alagoas para o desenvolvimento do restante do projeto.

O relatório da Minsait mostra que a interoperabilidade, capacidade de um sistema se comunicar de forma transparente com outro sistema, se apresenta como ponto chave para enfrentar os desafios de saúde que existem na América Latina, desde o acesso universal aos serviços de saúde, à prevenção, detecção e tratamento de doenças crônicas e degenerativas cada vez mais prevalentes.

O estudo também destaca o papel fundamental dos sistemas interoperáveis como aceleradores da saúde tecnológica, permitindo a adoção de tecnologias como Big Data e inteligência artificial que servem de suporte para analisar dados e construir sistemas de saúde mais sustentáveis. Além disso, a tecnologia permite que o cuidado seja mais focado no paciente e a informação clínica seja um aspecto relevante na tomada de decisão dos diversos agentes de saúde do sistema.

Para Miguel Angel Rábano, diretor de Administração Pública e Saúde da Minsait no Brasil, os principais desafios que impedem o progresso em direção à interoperabilidade estão associados à heterogeneidade dos dados e o uso de diferentes sistemas de gestão. “A eliminação dessas barreiras permitirá ao usuário ser dono de suas informações e obter atendimento personalizado e de qualidade. Ademais, os profissionais do setor podem acessar com mais facilidade o histórico do paciente para um diagnóstico mais rápido e consequentemente melhora no tratamento”, afirma Miguel Angel.

O estudo assegura que o modelo tecnológico de referência de interoperabilidade deve solucionar as dificuldades de utilização de prontuários fragmentados e com limitações, permitindo trabalhar em um modelo de dados padronizado, livre de propriedade privada e capaz de se desenvolver novas funcionalidades independentemente do fornecedor. Para isso, a Minsait considera imprescindível transformar o atual papel dos sistemas de informação para um modelo ecossistêmico onde o valor dos dados é maximizado.

“Com os dados atuando como centro e motor da transformação de qualquer organização, é possível conhecer melhor os usuários do sistema, automatizar processos, prever cenários, reduzir custos operacionais e alcançar a diferenciação na qualidade de um atendimento personalizado”, conclui o executivo.

Redação

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