O IBCC Oncologia completa um ano de atuação do grupo de especialistas no tratamento e controle da Dor. São 4 médicos, uma enfermeira e 16 multiplicadores da equipe que integram a atuação da especialidade, que já registrou mais de 2.500 consultas médicas e 800 consultas de enfermagem neste primeiro semestre de 2019 aos pacientes com dor. Neste período foi realizado na instituição revisão do protocolo de dor, treinamentos, implantação de comissões e o uso do dispositivo Bomba de analgesia controlada pelo paciente (PCA), além de outras ações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes durante sua jornada.
O tratamento da dor é multidisciplinar, exige um diagnóstico correto do quadro doloroso e dos fatores envolvidos, já que entre 70 e 85% dos pacientes com câncer apresentaram, apresentam ou apresentarão dor durante a doença. O paciente precisa ser atendido por especialistas no assunto. A enfermeira Michele Lima, é uma das multiplicadoras do grupo e explica como é possível perceber os avanços desde a criação do grupo. “Hoje conversarmos com os pacientes do grupo da dor e vemos a qualidade do tratamento oferecido. A dor nunca é só física e o grupo é muito preparado para ambos os quesitos. Quando o paciente se sente acolhido, mesmo com um atendimento em dor, sentimos que estamos no caminho certo, pois queremos que o paciente volte a exercer as suas atividades de vida diária e quando passamos da dor física para a emocional, contamos com a ajuda da equipe multidisciplinar para complementar essa assistência. O Grupo de Controle da dor trouxe um crescimento desde a chegada na instituição, por ter princípios comuns com o que o hospital preza, que é cuidar de pessoas, histórias e vidas” afirma a enfermeira.
Nessa assistência, são aplicadas escalas para mensuração da dor, realizadas avaliações e indicação de tratamento que pode ser oral, endovenoso, por cateter peridural ou com a inserção da bomba de analgesia controlada pelo paciente (PCA). A Escala Categórica Numérica é muito utilizada para mensurar a dor, sendo que, escore de 1 a 3 é considerado como dor leve, de 4 a 6 moderada, 7 a 9 intensa e 10 insuportável. Num levantamento do perfil já atendido no IBCC, 53% dos pacientes são cirúrgicos e 47% clínicos. Neste período, os pacientes clínicos que foram avaliados entraram com média de dor intensa e após atuação da equipe tiveram alta com dor leve.
A avaliação da dor é necessária e importante ser realizada durante o tratamento e, a partir do seu aparecimento, ela deve ser tratada para melhorar o sofrimento do paciente. O Dr, Leonardo Ferraz, um dos médicos do grupo, fala com ânimo sobre os acontecimentos nesse primeiro ano de atuação. “Não só em números observamos essa evolução, consideramos que foi um aumento importante não somente nos atendimentos de pacientes com dor, mas a qualidade do tratamento melhorou. O paciente se sente mais acolhido quando tem um grupo da dor atendendo, tivemos também uma melhora em conseguir atendimentos precoces e diminuindo a quantidade de internações, dando mais qualidade de vida e retorno de suas atividade para vida fora do contexto do câncer”, relata o médico da dor.
O paciente que sente uma dor provavelmente já passou por outros profissionais. É importante a identificação pelo médico de que o paciente tem indicação para que seja acionado o grupo e iniciadas as condutas para o controle da dor, assim como os auxílios e procedimentos diferenciados. A equipe do grupo de Especialistas no Controle da Dor no IBCC Oncologia é coordenada pelo professor Hazem A. Ashmawi, Professor Livre-Docente pela Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pela dra. Cláudia Palmeira, doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP.