Estudo da Escola de Matemática Aplicada da FGV (FGV EMAp), que teve a colaboração de pesquisadores da USP, UFAL, e Univ Roma, aponta a eficácia do uso correto da máscara, desde que de alta qualidade, como a N95, e monitoramento ativo para a realização de atividades com proteção segura contra o Coronavírus. O levantamento, realizado por pesquisadores da FGV EMAp, teve como foco os protocolos seguros para as escolas.
Os pesquisadores descobriram que retomar as atividades escolares com pessoas usando apenas máscaras de baixa qualidade leva a um aumento de quase cinco vezes no número de casos em toda a cidade, mesmo que todos os funcionários sejam vacinados; retomar as atividades com alunos usando máscaras de boa qualidade e funcionários que usam o tipo N95 levam a um aumento de cerca de três vezes; e combinando máscaras de alta qualidade e monitoramento ativo, as atividades podem ser realizadas com segurança mesmo com baixa cobertura vacinal.
De acordo com o pesquisador de Ciências de Dados da FGV EMAp Claudio Struchiner, com o surgimento de novas variantes e ondas de infecção, o objetivo do estudo era encontrar protocolos seguros para a continuidade das atividades escolares. “Precisamos entender a confiabilidade desses protocolos sob diferentes níveis de cobertura vacinal, pois muitos países têm uma fração escassa de sua população vacinada, incluindo Uganda, onde a cobertura é de cerca de 8%”, destaca Struchiner.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores investigaram o impacto das aulas presenciais sob diferentes protocolos e quantificaram o número excedente de indivíduos infectados em uma cidade. Usando os dados de transmissão da infecção quando as escolas foram fechadas como linha de base, eles avaliaram o impacto da frequência escolar física em salas de aula com má circulação de ar.
“O resultado destaca a eficácia do bom uso da máscara até mesmo em populações com baixa cobertura vacinal. Em comparação com os custos da UTI, as máscaras de alta qualidade são baratas e podem ajudar a conter a disseminação”, pontua Struchiner. Até o pico das restrições da Covid-19, em 8 de abril de 2020, cerca de 1,5 bilhão de alunos em 188 países foram suspensos da frequência física nas escolas.