A medicina de emergência tem cada vez mais se aperfeiçoado no Brasil desde 2015, quando o Ministério da Educação reconheceu a residência médica na área. Desde então, faculdades de medicina passaram a oferecer essa especialização. Na opinião do coordenador da Residência Médica em Emergência do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR), Dr. Gleicon Oliveira Rosa, esse aperfeiçoamento tende a melhorar o atendimento aos pacientes e aumentar o padrão dessa medicina, que é de extrema importância para salvar vidas em risco.
O trabalho e estudo com a especialização em medicina de emergência começaram nos Estados Unidos, na década de 1970. Essa especialidade se caracteriza por um médico de plantão na sala de emergência e que está preparado para a estabilização, primeiros atendimentos e acompanhamento do paciente, independente das causas e consequências do que ele tenha sofrido.
Gleicon explica que, no Brasil, o atendimento de urgência e emergência tradicionalmente é feito de forma setorizada. Ou seja, existem diferentes médicos plantonistas que atendem pacientes de acordo com sua especialidade. “Esse médico de emergência unifica o que acontece atualmente no Brasil em boa parte dos hospitais que possuem pronto socorro. Com a especialização, apenas um médico faz o primeiro atendimento e, caso necessário, encaminha para um especialista em outra área ou para cirurgiões”, explica.
Procura aumentou
Após o reconhecimento pelo MEC dessa residência médica, foi criada a Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência). Em 2019 o HUC passou a contar com essa residência médica entre as suas especializações. Segundo o dr. Gleicon, a pandemia de Covid-19 mostrou a necessidade ainda maior de médicos emergencistas, como são chamados os especialistas na área. E a procura por essa especialização também tem sido impulsionada por causa da pandemia.
Na opinião do coordenador, o atendimento tende a se tornar mais rápido e adequado nos hospitais brasileiros conforme a medicina de emergência ganhe mais espaço. “Se o paciente tiver um atendimento imediato cada vez mais aperfeiçoado, a evolução do quadro de saúde da pessoa é ainda mais positiva e essa especialização torna isso ainda mais concreto”, explica.
O trabalho com a especialização tende a melhorar o atendimento na emergência como um todo, como em casos de trauma, clínicos, pediátricos, obstétricos, entre outros. Para o futuro, segundo o Dr. Gleicon, a tendência é que os pronto socorros do país, conforme tenham os especialistas na área, fiquem ainda mais unificados e as divisões diminuam.