Neste mês, a estação mais quente do ano começa no Brasil e o hábito de se expor ao sol aumenta, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) reforça a importância do incentivo à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de pele.
A exposição prolongada à radiação ultravioleta (UVA) faz com que os tumores de pele sejam os mais frequentes no país, correspondendo a 31% de todas as neoplasias malignas registradas. Uma nova estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê, para cada ano do triênio 2023-2025, cerca de 704 mil novos casos de tumores no Brasil, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram 70% da incidência total de neoplasias.
Dentre os cânceres de pele, existem os melanomas, que apesar de serem menos frequentes, têm um potencial de malignidade dos mais severos e exigem maior atenção ao diagnóstico, além de demandarem tratamento intensificado. Já os chamados não melanoma, que se dividem entre os carcinomas basocelulares e espinocelulares, são os tumores de pele mais comuns, que apresentam baixa letalidade.
De acordo com a Dra. Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), é importante reforçar que o primeiro diagnóstico pode ser feito a olho nu. Isso porque existem alguns critérios a serem seguidos para considerar suspeita uma mancha na pele. “De modo geral, para prevenção e detecção de neoplasias de pele, existem os parâmetros de Assimetria, Borda, Cor, Diâmetro e Evolução. Ou seja: uma mancha passa a ser suspeita quando é assimétrica, com bordas irregulares, coloração mais escura em diferentes tons, tendo mais de 6 milímetros de diâmetro, apresentando crescimento rápido e/ou sangramento. Com esse conjunto de fatores, é necessário procurar um médico para uma investigação adicional”, explica.
Ainda segundo a Dra. Adelina, com exames de imagem, a Medicina Nuclear tem amparado a classe médica que utilizou de terapias muito avançadas, a exemplo da imunoterapia, para mudar a história natural do melanoma, reduzindo a mortalidade desse câncer de uma forma drástica. “Se antes o melanoma matava pessoas em um horizonte temporal de cerca de seis meses, agora as especialidades unem esforços para que o paciente viva muitos e muitos anos”, pontua.
Por fim, a diretora da SBMN explica um dos principais exames que servem para detectar se o câncer está ou não espalhado: “Lançamos mão de inúmeras ferramentas de imagem, tanto para detecção das cadeias drenadoras desses tumores para os vasos linfáticos (pesquisa do linfonodo sentinela), como para um rastreamento de corpo inteiro com um equipamento emissor de pósitrons (PET/CT), que é capaz de detectar se o melanoma está localizado ou espalhado. Saber isso desde o princípio é fundamental para um planejamento terapêutico adequado. Portanto, se você desconfia de alguma mancha, procure um médico. Hoje o câncer de pele tem cura e continuaremos comprometidos com essa luta”, conclui.