A falta de acompanhamento médico, a sobrecarga de atividades e as doenças crônicas são alguns dos principais fatores que afetam o desempenho de um trabalhador e, em algum momento, causam o seu afastamento das funções profissionais. De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos, cerca de 12% da verba das companhias é investida em planos de saúde, número que pode subir para 20% em alguns casos.
O gasto, no entanto, não tem sido suficiente para resolver as questões clínicas nas empresas já que, por vezes, os hábitos que levam o profissional ao diagnóstico não são modificados. A prevenção também é ineficiente, o que causa um crescimento no número de patologias que poderiam ser evitadas.
Segundo pesquisa da International Stress Management Association (ISMA), o Brasil é o segundo país com mais casos síndrome de Burnout no mundo, transtorno ligado ao esgotamento profissional. Além disso, cerca de 40% da população brasileira adulta tem alguma doença crônica, de acordo com o Ministério da Saúde. São situações em que o acompanhamento constante é fundamental para que os quadros não se agravem.
Com o crescimento dos custos com convênios médicos e a ineficiência do modelo de atendimento, uma nova estratégia tem sido implementada pelos profissionais de saúde e pelas instituições: a medicina corporativa. A nova modalidade diminui os gastos e atua diretamente na prevenção, com a presença de médicos generalistas no ambiente de trabalho.
“O profissional de medicina integrativa para empresas pode resolver até 78% da demanda por diagnóstico e tratamento com consultas agendadas com, no máximo, 48h. A proximidade e o acompanhamento diminuem muito a necessidade de encaminhamento à especialistas e de exames complementares. Além disso, o médico tem atribuições de busca ativa para prevenção de doenças, inclusive as laborais, diminuindo o custo das empresas com absenteísmo e dispensas para consulta”, explica o Dr. José Carlos de Rezende, especialista em Medicina do Trabalho e Medicina de Família e um dos fundadores Centro de Estudos do Hospital Santa Cruz, de Niterói (RJ).
Para atuar na prevenção de doenças e no cuidado de colaboradores dentro das companhias surgiu, em 2017, a Cuida Mais, startup que oferece às empresas um formato inovador em medicina. As entidades pagam um valor por funcionário e tem à disposição um médico para atendimento presencial, que participa do cotidiano de cada setor e acompanha regularmente as condições de saúde de cada trabalhador.
“Nossa proposta é reduzir as distâncias entre pacientes, exames e médicos. Normalmente, quando as empresas oferecem um convênio, não há um centro de cuidado desse paciente, a cada hora ele é atendido por um médico diferente. A nossa proposta é que a empresa passe a ter um médico próprio para cuidar de seus colaboradores e todos os exames sejam feitos em nossas redes credenciadas. O custo para as empresas por vida é muito menor mensalmente e para os colaboradores também, mas o benefício é muito maior, pois estamos entregando uma real possibilidade de prevenção e cuidados com aquelas pessoas”, conta Rezende, que também é fundador da Cuida Mais.
Além do atendimento presencial e regular, a startup oferece encaminhamento para exames (de rotina ou específicos) e especialistas, por meio de uma rede credenciada, que inclui clínicas e laboratórios, sendo que o paciente paga apenas pelo que usar.