Em que pese o crescimento populacional do país, houve um crescimento de 18,3% nas mortes de mulheres brasileiras por algum tipo de câncer entre 2014 e 2019. De lá para cá, passou-se de 93 mil óbitos para 110 mil.
Neste período, 31,2% dos óbitos em mulheres entre 40 e 60 anos foram em decorrência de um câncer. A representatividade deste tipo de morte, dentre os óbitos totais no sexo feminino, permanece próximo a um terço do total quando se fragmenta a análise em um intervalo menor, de 10 anos. Assim, corresponde a 30,3% das mortes totais nas mulheres entre 40 e 50 anos e 31,8% naquelas com idade entre 50 e 60 anos.
Os números fazem parte de um levantamento realizado pela insurtech Azos, a partir de sua calculadora, lançada em outubro, que analisou mais de 7 milhões de óbitos. Com um recorte por profissão e idade, a ferramenta consegue identificar os tipos de câncer que mais causaram mortes nas mulheres durante 2014 e 2019. Os dados analisados foram extraídos da base oficial do governo (dados.gov).
“Os resultados chamam a atenção e podem servir de alerta durante a campanha do Outubro Rosa, cuja iniciativa tem como objetivo principal conscientizar as mulheres e a sociedade em geral sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de todos os outros tipos de cânceres femininos”, afirma Rafael Cló, CEO e sócio fundador da Azos.
Não por acaso, entre todas as mortes de mulheres brasileiras registradas por algum tipo de câncer ao longo destes anos analisados, a maioria das ocorrências teve tumores nas mamas (15,6%) como causa do falecimento. Em seguida, conforme os dados, aparecem câncer de pulmão (11%) e colo do útero (5,6%).
No caso do câncer de mama, em quase todas as faixas etárias foi constatado um aumento deste tipo de morte entre 2014 e 2019. A única exceção ocorreu entre mulheres com 20 a 30 anos, onde houve um recuo de 4%. Em contrapartida, no respectivo período, cresceu 23,2%, entre mulheres com 30 e 40 anos, ao saltar de 912 para 1.124.
Por este ângulo, o levantamento mapeou uma alta acima de 20% dos óbitos quando se leva em conta as faixas etárias a partir de 50 anos, sendo progressivamente maior conforme o aumento da idade. A Azos também identificou um crescimento das mortes por câncer de mama em todas as regiões do Brasil, sobretudo no Norte e Nordeste, em que se verificou uma elevação, para ambas, de 34%.
“É importante que governos criem campanhas reforçando a importância deste tema e ensinando como fazer o autoexame”, comenta Maria Elisa, responsável pela comunicação da Azos.
Profissão
A calculadora da insurtech ainda permitiu detectar a representatividade das mortes por câncer entre as mulheres por profissão nos anos de 2014 a 2019. A doença resultou em 46% de todos os óbitos no período entre as psicólogas, 41,6% entre diretoras administradoras e 38,8% entre as médicas. Em números percentuais o maior aumento se deu entre as diplomatas (80,8%).
No que se refere especificamente ao câncer de mama, as maiores representatividades no total de mortes estão entre as psicólogas (11,9%), médicas (10,5%) e dentistas (9,7%), tendo uma tendência de aumento anual, por outro lado, significativa entre as administradoras (39,6%) e as professoras (37,7%).
A Insurtech disponibilizou gratuitamente a calculadora em seu site para que qualquer pessoa consiga consultar os tipos de cânceres mais comuns entre mulheres de determinada idade e profissão.