A pandemia do Coronavírus trouxe um imenso desafio para a saúde pública brasileira. A crise obrigou o Ministério da Saúde a se adaptar a uma realidade incerta e que muda a cada momento. Enquanto aguarda a vacina para a Covid-19 para imunizar a população e derrotar o vírus, a pasta traça os planos para o ano que vem. Entre as metas para 2021 estão o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), investimento em tecnologia e a regionalização dos hospitais, a fim de expandir o atendimento para o interior dos estados.
“Estamos numa operação de guerra contra um inimigo invisível, que está atormentando toda a população global. Com relação aos planos para 2021, já está prevista na Lei Orçamentária Anual a retomada das atividades do SUS dentro de um novo normal. É investimento em tecnologia, reforço à atenção primária, a regionalização dos hospitais e tornar o SUS mais eficiente e mais forte”, afirmou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Élcio Franco Filho, durante o webinar Arena de Ideias, transmitido na última quinta-feira (8) pela In Press Oficina.
Também participaram do debate o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Eduardo Rocha, e a diretora de Relacionamento com a Mídia da In Press Oficina e de Atendimento do Ministério da Saúde, Márcia Leite. A diretora de Relacionamento com o Poder Público da In Press Oficina, Fernanda Lambach, fez a moderação do bate-papo.
Além do objetivo de reforçar o SUS, o secretário destacou o esforço do governo junto com a comunidade científica internacional para auxiliar na descoberta da tão esperada vacina contra a Covid-19. O Brasil participa da Covax Facility, coalizão da Organização Mundial da Saúde (OMS) composta por nove laboratórios e mais de 160 países para impulsionar o desenvolvimento de vacinas.
“Há uma corrida mundial de laboratórios para o acesso à vacina. Além da Covax temos a Oxford Astrazeneca e estamos prospectando em todo o mundo. O que queremos é uma vacina segura, eficaz, em quantidade para atender nosso programa nacional de imunizações e evidentemente de um preço que atenda às nossas necessidades”, reforçou.
Confiante, Eduardo Rocha acredita no sucesso das pesquisas acerca da vacina contra a Covid-19. Tanto que participa dos testes como voluntário. “Queria passar a minha confiança na ciência. Confio na ciência e nos cientistas que estão levando a frente esses estudos de vacina e me voluntariei para um desses estudos. Fui vacinado 28 dias atrás e hoje eu fiz meu quinto exame para mostrar a eficiência. Ou seja, acredito tanto na ciência que me voluntariei para oferecer dados para serem estudados”, revelou.
Legados e aprendizados da pandemia
Mais de seis meses após o início da pandemia do Coronavírus, o Brasil ampliou a quantidade de leitos e equipamentos de UTI. Diante desse cenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular avalia que o país tem que tirar proveito desses investimentos.
“Se vai ter um legado nessa pandemia, é que vamos ganhar mais leitos de UTI. Recebemos um número grande respiradores e temos que aproveitar isso. O número de respiradores e leitos de UTI sempre foi um grande gargalo e isso vai melhor muito. Temos que continuar mantendo leitos de UTI a mais e com folga”, ressaltou Rocha.
Para Márcia Leite, outro legado deixado pela pandemia é a importância de uma comunicação verdadeira e transformadora na condução da maior crise mundial de saúde. Afinal, em tempos de fake news, é fundamental que o Ministério da Saúde atue com transparência para manter a imprensa e a população informada sobre a doença, de maneira clara e eficiente.
“Uma informação errada pode prejudicar, e muito. É imensurável. O plano de comunicação é a bússola que vai guiar todas as diretrizes estratégicas do órgão, o relacionamento com a imprensa e a sociedade. A comunicação hoje é vista pela gestão como uma área estratégica. Numa gestão de crise, ela tem um papel essencial”, afirmou Márcia. “A gente acredita que a comunicação de verdade, transforma”, completou.