A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD-PR) informa que a falta de estoque de insulina de ação rápida para tratamento de diabetes nas farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS) do Paraná pode trazer uma série de danos aos pacientes com Diabetes. Os pacientes mais graves correm o risco de ter os níveis de glicose extremamente altos na corrente sanguínea, o que pode levar até ao coma e ao óbito pela falta do medicamento.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná, o médico endocrinologista André Vianna, o desequilíbrio do nível de glicemia no organismo pode trazer danos, mesmo em curto prazo. “Os pacientes mais estáveis reagem melhor e demoram mais a sentir essa falta, mas os que não são estáveis podem ter a descompensação do diabetes em um ou dois dias e com isso podem entrar em coma”, detalha.
Em médio ou longo prazo, a interrupção do tratamento pode provocar cegueira, infarto ou derrame. Uma possível troca de medicação, segundo Vianna, só pode ser feita com orientação médica. “Os pacientes precisam entrar em contato com seu médico para saber se podem trocar de insulina ou não. Quem usa a de ação rápida não pode trocar para uma de ação lenta, por exemplo”, orienta.
A insulina ajuda a reduzir o risco de complicações como cegueira, amputação, insuficiência renal e acidente vascular cerebral (AVC).
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), a situação aconteceu depois de o Ministério da Saúde repassar um quantitativo menor do medicamento que o previsto para o segundo trimestre deste ano.
A insulina de ação rápida é utilizada diariamente por pacientes que possuem diabetes tipo 1. Ainda conforme a Sesa, o ministério indicou uma previsão de entrega de novos medicamentos até 28 de junho. Uma vez recebido o lote, segundo a secretaria, o medicamento será transferido para todas as regionais de saúde do estado.
Diabetes
Tipo 1 – De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca as células betas, responsáveis pela produção de insulina – hormônio que controla os níveis de glicose -, reduzindo ou impedindo sua liberação para o corpo. Quando isso acontece, a glicose fica no sangue em vez de ser usada como energia.
O tipo 1, considerado uma doença autoimune, aparece geralmente na infância ou adolescência, embora haja casos em adultos. Essa variedade, que atinge cerca de 5% a 10% dos diabéticos, é tratada através de insulinoterapia, pela qual é possível controlar os níveis de glicose no sangue.
Tipo 2 – Já o tipo 2 acontece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz o suficiente para controla a taxa de glicemia. Segundo especialistas, os fatores de risco para o tipo 2 são histórico familiar, idade, sedentarismo e excesso de peso. Esse tipo de diabetes corresponde por cerca de 90% dos diagnósticos.