“Novo normal”, em muitos casos, exige acompanhamento psicológico

Nayara alerta sobre cuidados com a saúde mental durante a pandemia

A fim de conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), reforça a importância da campanha Janeiro Branco. Esta é a 8ª edição do movimento, que neste ano aborda o tema “Todo Cuidado Conta” e tem como objetivo chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas. A iniciativa foi criada pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, de Uberlândia (MG), e logo ganhou apoio nacional.

A mudança na rotina como a transição do trabalho presencial para o home office, o distanciamento das pessoas que amamos e os desafios da educação a distância, estão entre as dezenas de dificuldades que caracterizam o “novo normal”. A pandemia do Coronavírus tem potencializado sintomas como angústia, medo e ansiedade, levando grande parte da população a desenvolver algum transtorno mental nesse período de incertezas.

No São Vicente, os atendimentos da psicologia hospitalar são realizados em grande maioria para pacientes internados, com idade de 18 a 65 anos. “De uma forma geral, familiares e pacientes apresentam quadros emocionais alterados por ansiedade, mecanismos de defesas frente ao adoecimento e/ou possibilidade de terminalidade, luto e crises emocionais. A pandemia apresenta um reflexo significativo frente ao quadro emocional, o isolamento, a insegurança e o próprio adoecimento de pessoas próximas, revelam um aumento de diagnósticos como estresse agudo, ansiedade e depressão”, explica à psicóloga, Nayara Pancelli.

Segundo dados preliminares de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a ansiedade é o transtorno mais presente neste período de pandemia e chega a acometer 86,5% de um total de 17.491 pessoas participantes. Em seguida, uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático com 45,5% e uma baixa proporção de depressão em sua forma mais grave, com 16%. Seja qual for o diagnóstico, especialistas reforçam que a ajuda de um profissional capacitado é indispensável.

“Grande parte dos estudos e a experiência clínica com pacientes, sugerem que, para transtornos de saúde mental significativos, uma abordagem terapêutica que contemple tanto medicamentos como psicoterapia é mais eficaz do que qualquer um dos métodos de tratamento utilizados isoladamente. A psicologia trabalha com abordagens diversas, dentre elas a psicanálise, terapia comportamental, terapia cognitiva e terapia interpessoal”, exemplifica Nayara.

Ainda assim existem hábitos que podem ajudar com sintomas leves durante a pandemia, como uma boa alimentação, práticas saudáveis como exercícios físicos, meditação, além de atividades artísticas como desenhar, pintar e cantar. “Salientamos que o indivíduo evite excesso de informação e tente não consumir notícias de forma exagerada sobre o tema. Também é importante que saiba diferenciar o que pode ou não controlar e forme uma rede de apoio, com pessoas que estão passando por situações semelhantes e podem ajudar com ideias e estratégias para minimizar os sentimentos adversos”, orienta a psicóloga.

Redação

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