Criada para atender de forma humanizada e acolhedora os familiares de pacientes internados e diagnosticados com Covid-19 no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí (SP), a equipe de comunicação se transformou em um projeto abrangente, que cresceu ao longo dos anos e elevou o nível de acolhimento e assistência prestada pela unidade de saúde. Coordenado pela psicóloga Caroline Alves, o Núcleo de Atenção ao Cuidado (NAC) é hoje ferramenta fundamental para reduzir os impactos da internação e da pós-alta. Com um cenário bem diferente dos períodos mais críticos da pandemia, a equipe formada por seis profissionais celebra dois anos do serviço.
O objetivo da unidade é esclarecer dúvidas, informar horário do boletim médico, levantar informações da história de vida do paciente e acolher as demandas dos familiares. “É recompensador ver quantas coisas nós passamos e superamos em tão pouco tempo. Foram momentos tristes e de dificuldades, mas o que fica é nossa dedicação a esse trabalho, conseguir mesmo que minimamente ouvir o paciente, acolher, orientar e direcionar. Com a diminuição no número de casos, o grupo se tornou um setor e posteriormente foi denominado alta responsável. Nesse processo várias alterações aconteceram, desde o tempo de monitoramento do paciente que era de mais de 48h de internação, depois passamos para 24h, depois para todos os pacientes internados e, atualmente, também após a alta hospitalar, seja para munícipes ou não. Foram dois anos de implantação e o resultado foi muito positivo. Percebemos essas melhorias pelos números apresentados, qualidade do atendimento e o monitoramento da linha de cuidado”, conta Caroline.
Fragilizados, em muitos casos os familiares e os próprios pacientes não compreendem as informações passadas pela equipe médica, o que dificulta principalmente o pós-alta. “Notamos que no momento da conversa com a equipe médica muitas pessoas dizem não terem dúvidas, estarem cientes de alguns procedimentos que devem ser realizados em casa e de como proceder em situações de urgência, mas quando esse paciente e esse familiar estão em domicílio, sem o auxílio de um profissional da saúde, a dúvida aparece e a insegurança também. São dúvidas simples, que podem ser resolvidas com uma simples orientação a distância, por telefone, e eles não precisam ficar nutrindo esse sofrimento. Por meio do nosso contato também é possível amarrar esse caminho para que o paciente chegue e não necessariamente precise retornar ao mesmo fluxo de um primeiro atendimento, por exemplo”, explica a psicóloga.
Resultados
Segundo estatísticas do setor, a redução na taxa de reinternação global e nas ajustadas, quando não são incluídos pacientes oncológicos, em comparação ao ano de 2019 foi de 3,9%. Com a reinternação ajustada, a diminuição foi de 4%. É importante salientar que em 2019 a Covid-19 ainda não era uma realidade mundial.
“Dentro desse contexto, nosso maior desafio foi a reinternação precoce, quando o paciente fica internado, recebe alta e em até sete dias precisa retornar à unidade de saúde devido ao reaparecimento dos sintomas. Para melhorar esse processo o HSV implantou medidas notórias como, por exemplo, um setor exclusivo e responsável pelo pós-alta, para melhor gerenciamento desse fluxo e segurança dos pacientes. São resoluções internas que fazem com que esses números se mantenham mais estáveis ou dentro da média nacional proposta. Existem muitas variáveis dentro desses dados, mas que conseguimos identificar e adequar com planejamento e humanização”, compartilha Caroline.
Orgulho
Pelos corredores da instituição é possível escutar uma fala comum entre os pacientes sobre como os serviços oferecidos pelo Hospital São Vicente ultrapassam, em qualidade e tecnologia, os níveis de atendimento de unidades particulares e redes de renome no país. O reconhecimento é reflexo do empenho da instituição, por meio de sua gestão e de seus colaboradores, em alcançar a plena excelência de sua capacidade e atuação, sempre em prol da população.
“Eu sempre acreditei nesse trabalho e presenciei a importância da medicina preventiva, do monitoramento dos pacientes crônicos e graves, além da melhoria da qualidade de vida que esses usuários e seus familiares possuem por meio do acesso a informação. Nós enxergamos os frutos em números, a cada mensagem de alívio, em poder todos os dias acolher e nortear esse cuidado por meio de estratégias. Nós somos parte de um hospital que investe em nossos projetos, que transforma o cenário SUS todos os dias. O NAC é motivo de orgulho para nós”, finaliza a psicóloga.