“Número de afastamentos do trabalho por doenças poderia ser menor se houvesse maior prevenção”, alerta especialista

Algumas doenças, sejam elas causadas em decorrência do trabalho ou não, ocasionam afastamentos, que, por sua vez, trazem prejuízos e comprometem a produtividade na empresa. Para prevenir e tratá-las, a conscientização é essencial e deve partir tanto dos colaboradores, quanto da empresa. De acordo com Head de Saúde da hygia saúde, João Pedro Locatelli, o monitoramento correto e hábitos de prevenção poderiam reduzir consideravelmente os números de afastamentos do trabalho.

“O principal problema é que as pessoas não cuidam preventivamente da saúde, e chega um momento que a sua doença fica tão insustentável que ela precisa ser afastada. O que a gente vem percebendo é que o que mais tem afastado as pessoas do trabalho, e que as mantêm afastadas por mais tempo, são problemas de saúde mental próprios ou relacionados à doença ou situação familiar. Associado a isso, a gente tem um grande número de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, doença cardiovascular, obesidade, com eventos graves. E principalmente por não cuidarem preventivamente da sua saúde. Uma pessoa que tem pressão alta, por exemplo, invariavelmente acabará tendo um evento cardiovascular maior, do tipo um infarto, e vai ficar afastada por bastante tempo”, explica.

João Pedro, que é médico hematologista, destaca o aumento de casos de afastamento por problemas de saúde mental no período pós pandemia. “Existem pesquisas que indicam que as condições de saúde mental dos profissionais da saúde pioraram bastante no período pandêmico e ainda não voltaram aos padrões normais. Podemos extrapolar esses dados para ao os trabalhadores em geral. Nos pós pandemia começamos a entender novas formas de trabalho, o home office, em que as pessoas estão trabalhando mais. Existe também uma retração econômica grande, as pessoas também estão com medo de perder seus empregos, e percebemos que as pessoas em risco financeiro são mais suscetíveis a problemas de saúde mental. Isso piorou bastante depois da pandemia e o número de afastamentos também”, avalia.

Por fim, o médico destaca a importância de um monitoramento e programas de prevenção constante nas empresas para diminuir esses afastamentos. “Não podemos deixar o ‘balão estourar’, afirma. “Trabalhamos em média oito horas por dia. Isso é um terço da nossa vida. Então tudo que fazemos dentro da empresa, impacta em um terço de toda nossa saúde. Uma avaliação sistemática das condições de saúde dos empregados, e acompanhamento desses resultados, poderiam reduzir consideravelmente os afastamentos”, conclui.

Redação

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