Há 20 anos, o serralheiro Antonio Cesar Tadino, 47, salva a vida de pessoas que ele nem conhece. Doador voluntário de sangue desde 1998, já fez pelo menos 100 doações. “Enquanto eu estiver saudável, vou continuar doando. É maravilhoso poder ajudar quem precisa”.
A iniciativa se deve à influência de um ex-patrão que era doador de sangue. E o que começou com um simples gesto de solidariedade, virou um compromisso. “Desde que ele me convidou, nunca mais parei. Sou doador de plaquetas, e de quatro a cinco vezes ao ano compareço ao Hemonúcleo Regional de Jaú (SP), do Hospital Amaral Carvalho (HAC), para dar minha contribuição”.
Foi assim que o serralheiro se tornou um dos primeiros no ranking de doadores da unidade, que abastece, além do Amaral Carvalho, outros 10 hospitais da região, atendendo aproximadamente a 350 mil habitantes. “Não sei quantas pessoas já foram beneficiadas, mas tenho certeza que ainda posso fazer muito mais”, garante.
Ele nunca precisou de sangue, nem seus familiares. As doações são mesmo para desconhecidos. “Sempre que o hemonúcleo precisa, largo tudo o que estou fazendo para doar. Eu sei o quanto é difícil a situação das pessoas que precisam de sangue, por isso meu compromisso é com elas”.
Importante para manter essa rotina de doações é cuidar bem da saúde. Tadino trabalha bastante, mas também faz exercícios físicos diariamente, se alimenta bem, não fuma e só ingere bebida alcoólica socialmente, em quantidades moderadas.
Médico e coordenador do Hemonúcleo Regional de Jaú, Marcos Mauad explica que, para doar, é imprescindível estar saudável e respeitar alguns critérios, como limites de idade e de peso. “Para ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar no mínimo 50 quilos, estar alimentado e descansado. Algumas situações, porém, impedem a doação, como por exemplo ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade e fazer uso de drogas ilícitas injetáveis”, afirmou.
Segundo Mauad, atitudes como a de Antonio César Tadino ajudam a salvar muitas vidas. “Uma doação pode beneficiar até quatro pessoas”, disse o médico.
Em épocas de festas de fim de ano e feriados prolongados, os hemocentros precisam ainda mais de doadores. “Nesses períodos, as doações caem bastante, mas a demanda continua. Por isso, precisamos cada vez mais de voluntários para garantir o estoque”, completou Mauad.
Critérios para doar:
- Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal);
- Pesar no mínimo 50 kg;
- Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
- Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe.
Impedimentos temporários:
- Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
- Período gestacional;
- Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
- Amamentação (até 12 meses após o parto);
- Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
- Tatuagem e/ou piercing nos últimos 6 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
- Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses;
- Ter estado exposto a situações de risco acrescido para doenças sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).
Critérios definitivos de impedimento:
- Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;
- Uso de drogas ilícitas injetáveis;
- Malária.