Nos últimos anos, esses hábitos mudaram de maneira drástica. Com o aumento do consumo de alimentos industrializados e os avanços tecnológicos, as crianças passam mais tempo sentadas usando aparelhos eletrônicos e praticam pouca, ou nenhuma atividade física, além de se alimentarem de maneira errada.
Para o endocrinologista e nutrólogo pediátrico e do adolescente do Hospital Anchieta em Brasília (DF), Delmir Rodrigues, vários fatores podem desencadear a obesidade infantil. “Os principais são a interrupção precoce do aleitamento materno e a introdução de alimentos inapropriados, os distúrbios de comportamento alimentar, as condições genéticas ou uma combinação desses elementos”.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a estatística de crianças obesas é muito elevada. Um em cada três brasileiros apresenta sobrepeso ainda na infância. A Pasta estima que 33% das crianças brasileiras entre 5 a 9 anos, já estejam acima do peso. Entre os jovens com idades de 18 a 24 anos, o percentual de obesos aumentou em 110% nos últimos dez anos.
As estatísticas são bastante preocupantes e apontam para uma grande possibilidade de que esses indivíduos se mantenham obesos ou com sobrepeso durante a vida adulta. Pensando no envelhecimento com mais qualidade de vida, o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia brasileira assinaram, em novembro, um acordo que visa diminuir a quantidade de açúcar nas composições de muitos de alimentos. A indústria terá cinco anos para reduzir 144 mil toneladas de açúcar em alimentos como iogurtes, achocolatados, sucos de caixinha, refrigerantes, bolos e biscoitos.
Para o Dr. Delmir, a obesidade na infância e adolescência é um assunto extremamente importante, pois, acomete pessoas que estão em um processo de desenvolvimento físico.
“É importante ter acompanhamento regular com pediatra, educação familiar, escolar e comunitária para promoção de alimentação balanceada, estilo de vida saudável e prática regular de atividade física”, explica o especialista.
Se não tratada precocemente, a obesidade infantil aumenta o risco de uma série de condições. “Dislipidemias (colesterol elevado), hipertensão (pressão alta), doenças do coração precoce, diabetes tipo 2, alterações ortopédicas, dermatológicas, psicossociais, são alguns dos problemas que podem ser desenvolvidos”, conclui o especialista.