Brasil tem mais de 43 mil equipamentos de manutenção da vida e de diagnóstico por imagem sem uso

Máquinas quebradas, em manutenção, obsoletas ou até mesmo novas, mas que ainda esperam pela habilitação e instalação. Esta é a situação de mais de 90 mil equipamentos médicos. Destes, 43.146 são aparelhos de diagnóstico por imagem (como mamógrafos, tomógrafos, raios X e ultrassom) e de manutenção da vida (reanimador pulmonar, respirador, desfibrilador e outros) espalhados por todo o Brasil.

Os dados foram extraídos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, sistema que registra toda a infraestrutura existente nos aspectos de recursos físicos e humanos, equipamentos e serviços ambulatoriais e hospitalares. As informações correspondem ao mês de março deste ano, quando pelo menos 7,8 mil equipamentos de diagnóstico por imagem estavam parados e outros 35,3 mil aparelhos de manutenção da vida também constavam como “fora de uso”.

“A existência de equipamentos sem uso, seja na rede pública ou privada, pode também influenciar o tempo e a fila de espera que milhares de pacientes, sobretudo no Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentam ao agendar exames ou procedimentos”, destacou a consultora responsável pela pesquisa, Maria Regina Visani. Segundo ela, a gestão de equipamentos hospitalares é complexa e envolve uma série de fatores, incluindo a capacitação de usuários, manutenção, instalações físicas, planejamento da demanda, e a organização de materiais, disponibilidade de peças de reposição e instrumentos, todos críticos ao pleno desenvolvimento dos serviços de saúde oferecidos à população.

Distribuição – A análise da consultoria Exceed Americas também constatou que oito estados apresentam proporção acima da média Brasil (5,5%) de equipamentos de diagnóstico fora de uso. Em relação aos equipamentos para manutenção da vida sem uso, o panorama é mais crítico: 14 estados acima da média Brasil (4,8%), sendo cinco deles da região Norte e quatro do Nordeste.

Destaques – Em números absolutos, a maior lacuna é observada na oferta de bombas de infusão, instrumento empregado para perfundir líquidos, tais como fármacos ou nutrientes, com controle de fluxo e volume nas vias venosa, arterial ou esofágica. Ao todo são mais de 8,3 mil aparelhos dessa natureza em desuso. Na sequência aparece o reanimador pulmonar, item que totaliza 7,8 mil fora da condição de uso.

Proporcionalmente, no entanto, é o raios X com fluoroscopia que aparece no topo da lista de aparelhos sem utilidade. Um em cada dez existentes no CNES consta nesta condição. O equipamento permite a visualização de imagem de órgãos internos do corpo humano (artérias, veias, etc.), permitindo um exame dinâmico. Outros aparatos de destaque na lista dos ‘fora de funcionamento” são: raios X dentário (7,7% fora de funcionamento) e incubadora (6,7%).

O painel interativo detalhado sobre o assunto, com mais gráficos e informações desde 2015, além de filtros para visualizações específicas, pode ser consultado em: bisaudebrasil.com/demo/equipamentosdesuso

Redação

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