Nos últimos dois anos, o Grupo de Dor do Hospital Samaritano Higienópolis, da rede Americas, em parceria com o Serviços Médicos de Anestesia (SMA), realizou quase oito mil atendimentos a pacientes que apresentavam dores crônicas ou agudas de difícil manejo. Trata-se de uma equipe multidisciplinar dedicada ao cuidado integral das dores físicas, com atenção à dor social e psicológica também, um serviço especializado encontrado somente em grandes centros médicos dentro e fora do país. Para a realização desse trabalho, os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos contam com uma infraestrutura de primeira linha, tecnologia de ponta e metodologia própria. Além disso, os protocolos utilizados são baseados em guidelines internacionais, com ampla evidência cientifica.
“A grande maioria dos pacientes apresentam melhora de sua dor com os cuidados da equipe, o que comprova a eficácia da terapêutica aplicada e a excelência dos profissionais dedicados”, de acordo com a Dra. Fernanda Cristina Paes, anestesiologista e especialista que integra a equipe formada por cinco médicos. Ela conta que o objetivo é ampliar essa área e atenção ao cuidado da dor para todos os hospitais da rede Américas. Dessa forma, a equipe tem compartilhado os protocolos, rotinas e o gerenciamento da dor com todo o grupo, sempre avaliando os pontos que ainda podem ser aperfeiçoados.
No Samaritano Higienópolis, desde 2014, o Grupo de Dor atua os sete dias da semana, 12 horas por dia presencial e se mantém também à distância, sempre dando todo o suporte aos pacientes assistidos. São realizadas visitas diárias e um acompanhamento diferenciado para pacientes internados e mapeados com dor crônica ou de difícil manejo. Quanto aos métodos usados para o manejo da dor, todos são de acordo com a necessidade de cada indivíduo. São utilizadas: a analgesia multimodal (uso simultâneo de uma combinação de medicações); bloqueios periféricos em cirurgias de grande porte (quando há um maior potencial doloroso); cirurgias minimamente invasivas (técnica que usa vídeo- laparoscopia, com pequenas incisões ou robótica, ambas com menor potencial doloroso); e o PCA (Patient Controlled Analgesia) ou analgesia controlada pelo paciente, bomba de medicamentos que ele pode acionar, e está programada com a dosagem devida para cada quadro clinico.
De acordo com a especialista, a grande vantagem do PCA é que agiliza o processo da aplicação do medicamento, quando o paciente tem um pico de dor e tem a opção de acionar o equipamento para aliviar sua dor imediatamente. Essa bomba é muito usada em pacientes do pós-operatório e a medicação pode ser aplicada intravenosa, no espaço peridural ou plexular (com a instalação de um cateter na região do plexo nervoso).
Para os pacientes com dor crônica, também podem ser feitos os bloqueios com maior duração ou, procedimentos intervencionistas, onde o paciente terá um controle mais apropriado da sua dor, por mais tempo. “A vantagem da analgesia regional é a aplicação localizada (e não sistêmica) da terapêutica indicada, evitando os efeitos colaterais e com total segurança para o paciente”, explica.
Da identificação ao tratamento
Dois tipos de pacientes podem ser selecionados para receber os cuidados pelo grupo especialista em dor. Aquele que é internado por causa da descompensação de uma dor crônica ou que passou por um procedimento cirúrgico. Um enfermeiro faz a mensuração da dor, identificada por meio das escalas apropriadas para cada paciente, dependendo da idade, perfil e grau (leve, moderada ou de forte intensidade). É então aberto um protocolo de dor, onde o grupo é acionado. Após a realização do primeiro atendimento, é feito um planejamento da terapêutica e são colocadas em prática uma sequência de ações para o manuseio adequado da dor. O uso dos medicamentos é uma etapa bastante delicada, por essa razão a equipe possui um olhar bem atento, desde a primeira avaliação até o desmame das medicações, após a alta hospitalar.
“O paciente é sempre monitorado com muita atenção pela equipe, pois são medicações que apresentam diversos efeitos colaterais, incluindo dependência e tolerância. Nosso caminho é optar por terapias eficazes, sempre com o olhar na segurança do paciente”, finaliza.