Pesquisadora comenta risco de reemergência de poliomielite e outras doenças em função da queda da cobertura vacinal no Brasil

Entre 8 de agosto e 9 de setembro, o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para crianças menores de cinco anos e a Multivacinação para Atualização da Caderneta da Criança e do Adolescente, que inclui todas as vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para menores de 15 anos.

Ao longo da última década, o Brasil registrou queda na cobertura vacinal infantil, mas o cenário se agravou com a pandemia. Em 2021, o país não atingiu a meta de cobertura vacinal para nenhuma das 13 doenças preveníveis por vacinas que integram o calendário básico para crianças menores de 5 anos e são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS.

A Campanha de Multivacinação é uma oportunidade para atualizar a caderneta de vacinação infantil e recuperar as altas coberturas vacinais, fundamentais para que doenças já erradicadas não voltem a circular no Brasil.

A vacinação contra a poliomielite – responsável pela erradicação da doença no Brasil e em outros países do mundo – não atinge a meta de 95% de bebês de até um ano imunizados desde 2016. Em 2021, a cobertura contra o poliovírus foi a menor dos últimos 10 anos: somente 3 de cada 4 crianças que deveriam receber a vacina foram imunizadas.

Os dados são do VAX*SIM, estudo conduzido por Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ) e pesquisadora do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS – Unifase/Fiocruz).

Redação

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