Programa Benchmarking de Indicadores de Segurança do Paciente em Medicina Diagnóstica da SOBRASP é lançado na Fiocruz

Com a expectativa de fechar 2022 com mais de 1 bilhão de exames realizados em anatomia patológica, análises clínicas e radiologia e diagnóstico por imagem – segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) – o Brasil é um dos países mais promissores em medicina diagnóstica do mundo. Os números são impulsionados por novos conhecimentos científicos e tecnológicos, pelo interesse em privilegiar a prevenção de doenças e a promoção de saúde e pelo envelhecimento da população, com consequente aumento de doenças crônicas e oncológicas e necessidade de gerenciamento com auxílio de laboratórios e clínicas de imagem.

Apesar deste cenário ainda é embrionária, na área da medicina diagnóstica, a cultura de registro de incidentes e análise de eventos adversos que provocam danos aos pacientes.

Com o objetivo de preencher essa importante lacuna, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, SOBRASP, por meio do seu Grupo Temático de Trabalho (GTT) de Medicina Diagnóstica, lançou em 8 de dezembro, o Programa Benchmarking de Indicadores de Segurança do Paciente em Medicina Diagnóstica. A cerimônia acontece na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e marca, também, o aniversário de cinco anos da entidade e a posse da diretoria para o biênio 2023-2024. Haverá, também, transmissão ao vivo pelo YouTube: www.youtube.com/@Sobrasp.

“Arrisco dizer que essa iniciativa é pioneira não só no Brasil, mas no mundo. Existem programas de indicadores de benchmarking para comparação de desempenho em várias indústrias, incluindo a saúde, e em diferentes países, mas não com indicadores específicos relacionados à segurança do paciente”, destaca Wilson Shcolnik, coordenador do GTT de Medicina Diagnóstica da SOBRASP e presidente do Conselho de Administração da ABRAMED. Segundo ele, a partir de agora o trabalho será sensibilizar laboratórios clínicos e clínicas de radiologia e diagnóstico por imagem “para essa causa que é de suma importância para os nossos pacientes e para reduzir impactos econômicos nos sistemas de saúde”.

O Programa de Benchmarking de Indicadores de Segurança do Paciente em Medicina Diagnóstica da SOBRASP é baseado numa experiência consolidada da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SPBC/ML), onde Shcolnik exerceu o cargo de diretor de Acreditação e Qualidade. “Tive a oportunidade de participar dos lançamentos do programa de acreditação de laboratórios clínicos em 1998, e do programa de indicadores laboratoriais de qualidade E benchmarking, em 2006. Eles alcançaram reconhecimento internacional e hoje, congregam 250 laboratórios participantes, enquanto que outros programas no mundo têm um número muito mais reduzido que esse. Torço para que o programa da SOBRASP tenha o mesmo sucesso e vamos trabalhar para isso”, diz o coordenador.

Shcolnik adianta que um grupo técnico tomará as decisões baseadas em evidências científicas e trabalhará sempre junto da diretoria e da presidência da Sociedade e dos serviços inscritos no programa. A iniciativa é colaborativa, sem finalidade punitiva. O objetivo é educativo e será conduzido sem expor resultados individuais de cada participante.

Quanto aos exemplos de indicadores, ele explica que, na área de anatomia patológica, um simples atraso na entrega de um resultado de exame pode atrasar a definição de um diagnóstico pelo médico assistente e atrasar a indicação de um tratamento; outros indicadores são o follow up de resultados relevantes junto aos médicos, a discrepância entre a biópsia e a citologia ginecológica, e o insucesso na comunicação de resultados críticos que, “por definição, ameaçam a vida e precisam ser comunicados aos médicos”.

Na área de radiologia e imagem, alguns indicadores são o índice de extravasamento de meio de contraste intravenoso usado em tomografia computadorizada e o índice de reações adversas ao contraste nesse exame; número de laudos incorretos; e, também aqui, o insucesso na comunicação de resultados críticos. Por sua vez, em análises clínicas, os exemplos são pacientes com retificações em laudos, insucesso na comunicação de resultados críticos e atraso na liberação de resultados.

“Todos são relacionados à segurança do paciente e esse número de indicadores vai crescer com o Programa de Benchmarking da SOBRASP”, conclui.

Redação

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