A história da cirurgia plástica começa muito antes do nome da especialidade ser usado pela primeira vez, em 1838. Por meio dos registros históricos é possível saber que, há mais de 4.000 anos, já eram realizados alguns procedimentos de reconstrução em pessoas mutiladas ou vítimas de doenças que geravam deformidades. Desde os primórdios da civilização, os médicos já tinham a preocupação em restabelecer a funcionalidade, qualidade de vida e autoestima das pessoas.
E, foi com o propósito de oferecer mais informações e expansão assistencial aos profissionais do âmbito health, que o Grupo São Cristóvão Saúde promoveu um workshop híbrido e gratuito, no Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura – IEP Dona Cica, sendo destinado aos cirurgiões, além da possibilidade de os convidados assistirem a uma cirurgia feita no Hospital e Maternidade São Cristóvão.
Com o tema “Reconstrução de Orelha”, o evento foi por iniciativa e organização do médico Coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do Grupo São Cristóvão Saúde, Dr. Jorge Luiz Abel, além de membro titular e atual tesoureiro da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A programação do evento abrangeu aulas teóricas, aula prática com moldes e orelhas de silicone e demonstração cirúrgica ao vivo, transmitida diretamente do Centro Cirúrgico para o auditório do Instituto de Ensino e Pesquisa — IEP Dona Cica e remotamente para os convidados.
O procedimento, considerado complexo, é extremamente importante para reconstituir a parte externa da orelha quando um paciente nasce com alguma deformidade na região ou sofre algum trauma que tenha danificado.
Além da proteção para o órgão auditivo, a reconstrução também impacta diretamente na autoestima do paciente, conforme afirma Dr. Jorge: “É importante observarmos a satisfação dos pacientes submetidos a esse tipo de reconstrução. Não há como descrever a emoção: ‘agora tenho as duas orelhas, poderei finalmente não causar estranhamento às pessoas, poderei usar óculos de grau e de Sol, usar cabelo curto…’ são alguns dos comentários que ouvimos. E, para os médicos e equipe de profissionais que proporcionaram a devolução da autoestima ao cliente, é muito gratificante, é um dos motivos que nos impulsionam a buscar constantemente a atualização científica e a troca de experiências com os demais colegas da especialidade”.
A reconstrução de orelha consiste em utilizar uma cartilagem costal do próprio paciente, a realização da modelagem dessa cartilagem e sua inclusão no local em que será reconstruída a nova orelha, levando em consideração os parâmetros da orelha contralateral. De acordo com o Coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do São Cristóvão Saúde, o segundo tempo – que deverá ser realizado entre seis meses e um ano após a primeira cirurgia – consiste na liberação do arcabouço cartilaginoso que foi modelado no primeiro momento, com o objetivo da criação do espaço retro auricular por intermédio de uma enxertia de pele total a ser colocada na região mastoide, formando assim, o ângulo entre o crânio e a orelha do paciente.
O workshop contou com a participação especial do cirurgião mundialmente reconhecido pelos seus resultados em reconstrução de orelha, Prof. Dr. Juarez Moraes de Avelar, do Instituto da Orelha Prof. Juarez Avelar, que tem no seu currículo a publicação de mais de 80 artigos científicos em revistas e capítulos em livros nacionais e internacionais, ministrou mais de 800 conferências em eventos de medicina e é autor e editor de mais de 15 livros. Além do Prof. Dr. Juarez, o evento também contou com a participação do experiente cirurgião plástico, Prof. Dr. Marcelo Paulo Vaccari Mazzetti, do Centro de Estudos e Pesquisas Defeitos da Face.
“Agradecemos ao Grupo São Cristóvão Saúde, ao IEP Dona Cica e aos professores convidados por terem nos permitido mostrar uma parte do nosso trabalho em cirurgia plástica e esperamos que o evento tenha proporcionado aos médicos uma oportunidade de aquisição de novos conhecimentos, pois foram compartilhados por profissionais de renome nacional e internacional, e que esses possam aplicar as técnicas de reconstrução nos seus pacientes”, finalizou Dr. Jorge.