Na quarta-feira (14) foi lembrado o Dia Mundial da Incontinência Urinária. O problema atinge 1 em cada 25 pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, e apesar de parecer simples, nem sempre é tratado adequadamente. A doença causa a perda da urina e pode gerar restrições físicas e sociais. Para atender esse e outros transtornos do aparelho urinário, desde 2016 a Secretaria de Estado de Saúde oferece atendimento através do Núcleo de Disfunções Miccionais, na Policlínica Piquet Carneiro, na Tijuca.
O núcleo conta com atendimento adulto e pediátrico e recebe pacientes de todo o Estado do Rio de Janeiro, que são encaminhados ao serviço através da Central Estadual de Regulação. Só em 2017, até outubro, o serviço realizou mais de 5 mil consultas.
“Essa unidade é especializada no diagnóstico e tratamento das disfunções urinárias e o nosso objetivo é absorver essa demanda de pacientes e oferecer vários tratamentos urológicos em um só lugar. Além disso também disponibilizamos exames e cirurgias, em parceria com o Hospital Pedro Ernesto”, disse o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
Além do tratamento para incontinência urinária, o núcleo oferece atendimento com urologistas, ginecologistas, pediatras, fisioterapia uroginecológica, consulta de orientação ao cateterismo intermitente, exames de diagnóstico de urodinâmica e urofluxometria, além da realização de cirurgias urológicas ambulatoriais. O atendimento funciona interligado ao Hospital Universitário Pedro Ernesto.
“Neste núcleo oferecemos atendimento completo aos problemas miccionais, como a uroneurologia, para pacientes com problemas miccionais de origem neurológica como por exemplo paraplégicos, disfunção miccional em crianças, urogeriatria e até a uroginecologia, voltada para mulheres”, explica Ronaldo Damião, professor titular de urologia da UERJ e coordenador do Núcleo de Disfunções Miccionais da SES.
Incontinência: tratamentos e diagnóstico
Entre os principais tipos de incontinência estão a incontinência por esforço, que é perda urinária provocada pelo esforço físico, comum nas mulheres que tiveram vários partos normais e que têm como indicação de tratamento a cirurgia ou a fisioterapia uroginecológica. Além da incontinência de urgência, onde a pessoa sente um intenso desejo para urinar, mas quando retarda a chegada ao banheiro, apresenta perda urinária. Neste caso, o tratamento é feito com medicamentos associados à fisioterapia uroginecológica.
“A incontinência é um problema que provoca restrições pessoais e sociais, além de alterar consideravelmente a rotina diária dos que sofrem com a doença. Muitas pessoas não buscam tratamento e com isso só aumentam o problema”, destaca Ronaldo Damião.
Além destes, pode ocorrer também a incontinência por transbordamento, comum em pacientes muito idosos e portadores de diabetes, em que a bexiga não consegue se esvaziar adequadamente e a urina retida vai saindo aos poucos em um verdadeiro processo de transbordamento. Este é um caso de difícil tratamento, pois a bexiga perdeu sua capacidade contrátil não conseguindo seu esvaziamento.