Saúde é a área que mais cresce em interesse de estudantes

Acessar o sistema de saúde ainda é um problema para grande parte da população, mas não por falta de interesse de futuros profissionais em atuar na área. A quantidade de novos alunos que ingressaram nos primeiros anos de cursos como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, entre outras carreiras da Saúde, cresceu bem acima da média ao longo dos últimos anos. Levantamento feito pelo Quero Bolsa, plataforma digital que oferece vagas e bolsas de estudo em faculdades de todo o país, constatou que o total de ingressantes em cursos de Saúde avançou 104,45%, contra 48,20% no ensino superior em geral.

Os dados foram obtidos ao analisar a evolução de ingressantes em vagas novas entre 2010 e 2017, a partir do Censo da Educação Superior. Foram analisadas as 23 áreas do conhecimento, definidas segundo critérios da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Destas, quatro apresentaram mais de 200 mil novos ingressantes em 2017, último Censo disponível. São elas, Direito (215 mil), Saúde (398 mil),  Formação de Professores e Ciências da Educação (592 mil) e Comércio e Administração (771 mil). Apenas Saúde cresceu acima da média. As demais tiveram variações entre 38% e 50%.

No ranking geral, levando-se em consideração todas as áreas do conhecimento, apenas Veterinária (127,60%) e Serviços de Segurança (116,39%), cresceram a taxas superiores, porém a base de alunos é bem menor, com 25 mil e 13 mil ingressantes, respectivamente.

Das 10 carreiras de saúde com mais de mil ingressantes em 2017, oito cresceram acima da média. O maior avanço foi registrado no curso de Educação Física, com alta de 311%. Nutrição ficou em segundo lugar com 150% de ingressantes a mais do que no início da década. Odontologia apareceu em terceiro, com 108%. Medicina, cuja regulação não permite a expansão de vagas no mesmo ritmo do crescimento da demanda, avançou 78%. Já Enfermagem, curso de saúde com o maior número de novos ingressantes (102 mil), teve crescimento de 69%.

“A explicação para tal avanço tem a ver com o mercado de trabalho. Profissionais de saúde tem alta empregabilidade e sofrem menos em momentos de crise econômica e altas taxas de desemprego, como agora. Enfermagem, por exemplo, foi uma das carreiras que mais gerou postos de trabalho em 2018, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)”, explica Lucas Gomes, diretor de Ensino Superior do Quero Bolsa. “Além disso, carreiras como Medicina e Odontologia são reconhecidas como bem remuneradas, o que faz com que, praticamente, não haja vagas ociosas nestes dois cursos. Já no caso de Educação Física, Fisioterapia e Nutrição, o crescimento está relacionado, principalmente, ao interesse da população por beleza e bem-estar, o que eleva as oportunidades de trabalho nestas áreas”, completa.

Redação

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