O Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher agora será celebrado em 14 de maio. A data foi aprovada no Senado, depois de também ter sido avalizada na Câmara dos Deputados e agora segue para a sanção do Presidente da República.
A cada 10 minutos, uma mulher morre no Brasil em consequência de acidente vascular cerebral. Já o infarto faz uma vítima a cada 11 minutos. As doenças do aparelho circulatório são responsáveis por mais de 170 mil mortes de mulheres no Brasil, representando a primeira causa na população feminina e superando em duas vezes o número de óbitos por todos os tipos de câncer. Só no estado de São Paulo são mais de 40 mil óbitos.
A data de 14 de maio foi escolhida por ser o aniversário de Betina Ferro, especialista em Clínica Médica e Cardiologia, e pioneira na área acadêmica da cardiologia paraense. Betina foi a primeira mulher a ministrar a cadeira de Propedêutica Médica na antiga Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, em 1950.
Desde 2020, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo tem um grupo denominado SOCESP Mulher que promove ações para cardiologistas e profissionais de saúde, mas também para o público.
Levantamento da SOCESP constata que as doenças cardiovasculares que, há 60 anos vitimavam nove homens para uma mulher, atualmente estão quase na mesma proporção: um para uma. “Precisamos usar de todas as estratégias para informar que as mulheres também morrem por infarto, AVC e ficam doentes quando não evitam os fatores de risco para o coração”, lembra a coordenadora Lilia Nigro Maia. Fazem parte da SOCESP Mulher, além de Lilia Maia, a presidente da SOCESP, Ieda Jatene, as também cardiologistas Maria Cristina Izar, Salete Nacif, Isa Pispico e a representante dos Departamentos, a psicóloga e psicanalista Suzana Avezum. Por ser uma entidade multidisciplinar, a Sociedade reúne cardiologistas e associadas nas áreas de Educação Física, Enfermagem, Farmacologia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.
“Ter uma data específica de conscientização para as doenças cardiovasculares na mulher fará com que chamemos a atenção das autoridades públicas da importância de investir em programas de prevenção primária e secundária, maior acesso ao diagnóstico, já que cerca de 70% da população é atendida pelo SUS e efetiva conscientização da importância de ter hábitos mais saudáveis, como alimentação e prática de atividades físicas regulares”, resume Lilia Maia. A cardiologista destaca que as doenças do coração são mais prevalentes nas classes sociais menos favorecidas, ocorre um aumento da incidência após a menopausa e os sintomas de infarto, na maioria das vezes, é distinto do homem.