Sírio-Libanês volta a ter crescimento de transplantes após período de redução na pandemia

No Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado dia 27 de setembro, o Hospital Sírio-Libanês celebra a realização de dois transplantes de coração nos últimos dois meses. De acordo com informações da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), foram 12,1 mil procedimentos de janeiro a junho, aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram realizados 10,3 mil. O número inclui transplante de órgãos, córnea (que é um tecido) e medula (uma célula). Apesar de o Brasil ser o segundo país do mundo que mais faz transplantes de órgãos, quase 60 mil pessoas ainda aguardam na fila.

Para muitos pacientes, o transplante é a única possibilidade viável de vida, como é o caso do coração. “Quando o paciente chega para nós para ser avaliado, sabemos que as chances de sobrevida nos próximos anos sem o transplante são menores que 50%, baseados nas estatísticas mundiais”, explica a Dra. Silvia Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco da instituição.

Segundo explica a médica, durante a pandemia, caiu a quantidade de transplantes de todos os órgãos, e agora com a ampliação da vacinação, é necessário retomar o ritmo. “O transplante é a terapia mais eficiente, com resultados excelentes de sobrevida dez anos após o procedimento”, diz a médica. Para ela, o desafio do paciente transplantado é que ele fica muito sujeito às infecções e rejeição do órgão, mas que após atravessarem o primeiro ano, muitos conseguem ter uma vida plena por até 15 anos.

O paciente Marcelo Orzi, 65 anos, que recebeu um novo coração no dia 15 de julho, vivenciou todas essas emoções. Com histórico de doença cardiovascular iniciado em 2006, quando passou por procedimento de ablação, e pela colocação de um marcapasso em 2010, ele viu sua condição de saúde piorar nos últimos dois anos e a necessidade de um transplante ficando cada vez mais evidente. “Acreditei que iria à óbito mesmo. Cheguei no hospital sem conseguir respirar. Tive que utilizar o balão de oxigênio e pela terapia de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), para substituir a atividade do coração”, conta ele.

O Hospital Sírio-Libanês realiza transplantes para pacientes públicos (Sistema Único de Saúde) e privados, com toda a segurança ao paciente e apoio à família do transplantado. A data marca também uma oportunidade importante de trazer a discussão da doação de órgãos para a pauta do dia. É fundamental que as famílias discutam a doação de órgãos antes da morte para que já conheça os desejos dos familiares em caso de morte de um ente querido.

“Só tenho a agradecer ao doador, que propiciou mais vidas serem salvas além da minha. Pretendo retribuir à sociedade essa nova chance”, completa Marcelo. O processo só pode ser autorizado pela família da pessoa falecida. Pode ser o cônjuge, pai, mãe, irmãos, filhos e avós. A retirada dos órgãos somente poderá ser realizada por equipes médicas especializadas e autorizadas pelo Ministério da Saúde.

Redação

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