A SMCC – Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SP) está fazendo um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. O objetivo é conscientizar as mulheres a respeito da prevenção e dos exames de rotina que detectam a doença, já que quanto mais cedo ela é descoberta, maiores as chances de cura. A ação faz parte do Outubro Rosa, mês de prevenção e conscientização sobre este, que é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres e também o que mais mata.
De acordo com o coordenador do Departamento de Cancerologia da SMCC, o oncologista Dr. André Sasse, é possível prevenir o câncer de mama com hábitos de vida mais saudáveis, como atividades físicas diárias e regulares e uma alimentação rica em fibras vegetais e pobre em gorduras animais. Além disso, é muito importante manter o peso ideal.
Ele alerta que o diagnóstico precoce é fundamental para a cura e que isso deve ser feito através de mamografia ou ultrassom das mamas, exames que podem detectar lesões ou nódulos em fase inicial, que não são perceptíveis a olho nu ou na apalpação. “Nódulos de menos de um centímetro são considerados doenças precoces, quando não há sintoma ou qualquer sinal em seu corpo”, explica.
Segundo o oncologista, as chances de cura são muito altas nos casos diagnosticados precocemente. “E, precocemente, a gente fala nódulos pequenos, menores que um ou dois centímetros, em alguns casos. Nesses casos precoces, as chances de cura chegam a 95%, 98%. Por isso, é tão importante a realização dos exames rotineiros”, alerta. “Já em uma doença mais avançada, maior de dois centímetros ou com comprometimento dos linfonodos axilares, por exemplo, a chance de cura ainda existe, mas gira em torno de 50%, 60%”, completa. Nos casos em que há metástase a distância, ou seja, a disseminação para outros órgãos, a chance de cura praticamente não existe. “Então o objetivo do tratamento passa a ser o controle da doença em longo prazo”, diz.
De acordo com Dr. Sasse, o autoexame regular não é mais recomendado como uma forma de diagnóstico precoce porque, na maioria das vezes, os nódulos percebidos pela mulher na sua mama não são relacionados ao câncer. “Muitas vezes, são relacionados a alterações hormonais, glandulares, normais da própria mama. Por outro lado, quando o câncer é detectado como um nódulo palpável na mama, geralmente ele já tem mais do que 2 centímetros, não sendo mais considerado um tumor ‘precoce’. Mas é importante a mulher conhecer o seu corpo. Esse autoconhecimento é fundamental para não deixar um sinal de alerta passar despercebido. Então qualquer alteração no seu corpo, na mama, como um nódulo percebido, deve ser motivo para buscar auxílio médico”, orienta.
Também é importante ficar atento aos fatores de risco da doença. “O principal fator de risco é a própria idade. A partir dos 50 anos, o risco do câncer já aumenta. Mulheres que tenham parentes de primeiro grau, a mãe ou a avó, com câncer de mama ou de ovário, têm mais chance também de desenvolver esse tipo de câncer”, comenta. “Além disso, mulheres acima do peso, sedentárias, com maus hábitos alimentares, mas também que nunca amamentaram, que nunca engravidaram, que menstruaram muito cedo ou que entraram na menopausa muito tarde, depois dos 50 anos, também têm um aumento do risco de desenvolvimento de câncer”, reforça.
O câncer de mama é o mais frequente no mundo. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que, em 2020, foram registrados 66.280 novos casos da doença no país. Em 2019, foram 18.068 mortes causadas pela doença.
O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. Ele foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure.
Dentro da campanha de conscientização, a SMCC produziu um vídeo sobre o tema, que pode ser conferido abaixo: