Transplante de medula óssea representa esperança na luta contra o câncer

O transplante de medula óssea (TMO) é indicado para o tratamento de diversas doenças oncológicas bastante agressivas que afetam o sangue, como linfomas e leucemias. O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) indicou uma queda de 30% no número de doações entre janeiro e julho de 2020. Os riscos relacionados à doação são muito baixos, uma vez que antes desse procedimento o doador passa por avaliação médica detalhada a fim de verificar se está apto para doar. Após a doação, a medula do doador se recupera totalmente dentro de algumas semanas.

A hematologista do Hospital Brasília Dra. Andresa Melo explica que o objetivo do procedimento é substituir a medula doente por uma saudável. As células podem ser fornecidas por um doador (transplante alogênico) ou mesmo pelo próprio paciente (transplante autólogo). Após o procedimento, as células transplantadas começam a reconstituir a medula de forma a normalizar a produção de sangue.

Apesar dos baixos riscos, existem cuidados específicos para a realização de transplante de medula óssea durante a pandemia. “A principal orientação é que tanto doador quanto receptor façam quarentena pelo menos 14 dias antes do procedimento”, completa a Dra. Andresa.

Após o transplante, o paciente deve permanecer internado por algumas semanas até que ocorra “a pega da medula”, momento em que a nova medula começa a funcionar e a produzir sangue normal no corpo do transplantado. Ainda depois da alta, o paciente deve permanecer em rigoroso acompanhamento médico. Com o passar do tempo, os medicamentos imunossupressores poderão ser suspensos, permitindo que o paciente volte à sua rotina. “A recuperação da imunidade se inicia alguns meses após o transplante, mas pode ser mais lenta a depender da evolução do paciente. Por isso medidas como higienização frequente das mãos, uso máscara e prudência e cuidado com aglomerações são tão importantes”, diz a médica.

Para quem deseja ser doador de medula, a orientação é procurar o hemocentro mais próximo e agendar uma visita. Uma pequena amostra de sangue será coletada para o exame de histocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas do doador para cruzamento com os dados dos pacientes que estão cadastrados na fila de espera. Uma vez incluído no Redome, quando houver um paciente compatível, o órgão de saúde entrará em contato para consultar a disponibilidade do voluntário e dar início à avaliação pré-doação.

Em caso de compatibilidade, existem duas formas de doar células tronco. A escolha depende da doença do paciente e da vontade do doador. A primeira é a coleta a partir do sangue, por punção simples em veias do braço, após a estimulação medicamentosa para a liberação dessas células da medula para o sangue. Esse medicamento pode acarretar dor no corpo e mal-estar leves, além de coriza. Tais efeitos desaparecem após a doação.

A outra forma é a punção diretamente na medula óssea (osso do quadril). A doação ocorre em centro cirúrgico e o doador recebe medicamentos para não sentir desconforto e permanecer dormindo durante a coleta das células, que ocorre por meio de punções simples na região posterior do osso do quadril, sem necessidade de abordagem cirúrgica.

Redação

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