“A ventilação mecânica, quando administrada de maneira protetora e aliada ao tratamento clínico efetivo, traduz em menor risco para o paciente”. A explicação é do fisioterapeuta Ângelo Roncalli Miranda Rocha, mestre em Pneumologia e especialista em Fisioterapia Intensiva, durante treinamento realizado na Unimed Chapecó no último fim de semana.
Médicos e enfermeiros da UTI Adulto e fisioterapeutas do Hospital Unimed Chapecó participaram da capacitação, que foi organizada pelo setor do Corpo Técnico profissional (Cotep), sob a coordenação de Fernanda Flores Desessards, em conjunto com o Centro de Educação Continuada e promovida por meio da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Santa Catarina (Sescoop/SC).
O objetivo do curso foi a capacitação para a condução e manejo da ventilação mecânica de forma segura e efetiva. O treinamento abriu a semana em comemoração ao Dia do Fisioterapeuta, celebrado no dia 13 de outubro.
Ângelo apresentou desde princípios básicos da ventilação mecânica até a aplicabilidade complexa, as principais doenças mecanicamente ventiladas, o desmame da ventilação mecânica, a avaliação e resolução das assincronias entre paciente e ventilador.
“A mortalidade em ventilação mecânica está associada com o retardo na ida para ele. Muitas vezes, quando o paciente já passou muito tempo fora da ventilação, por conta do medo, quando cai na ventilação mecânica já está pior funcionalmente e a culpa sempre recai sobre a técnica”, pontuou.
O fisioterapeuta salientou que a ventilação mecânica não é tratamento para doença, mas sim um suporte de vida que quando bem gerenciada permite o paciente atravessar a fase aguda com a menor chance de lesão possível.
“Observamos durante a pandemia a escassa expertise em gerenciar os ventiladores mecânicos, voltado aos gases arteriais à melhora da oxigenação e sem se importar com o risco de lesão pulmonar e vamos tentar mudar esse paradigma”.
Rocha reforçou, ainda, que a ventilação segura é a do menos é mais. Menos pressão, menos volume, mais cuidado com assincronias do paciente e ventilador. “A ventilação mecânica segura se baseia em menos energia mecânica jogada no pulmão. Quanto menos agressivo formos ao ventilar um paciente, menos lesão a gente proporciona”.
A médica coordenadora da UTI Unimed Chapecó, Dra. Laísa Bonzanini, destacou que a Unimed dispõe de ventiladores e recursos técnicos avançados. “O treinamento serviu para somarmos conhecimentos para usar todo o recurso que temos com uma terapia segura, beneficiando sempre os nossos pacientes”.
Já a coordenadora do Cotep e da fisioterapia hospitalar, Fernanda Flores Desessards, salienta que “Ângelo é uma referência internacional em ventilação mecânica protetora, conceito que estamos nos aperfeiçoando e trabalhando diariamente, para quebrar paradigmas e tornar nossa atuação cada vez mais segura, assertiva e benéfica ao paciente. A segurança assistencial é uma busca constante, tanto na UTI quanto nas unidades de internação, de maneira interdisciplinar, em conjunto com todas as áreas da equipe multiprofissional”.