A saúde das mulheres permanece como um dos grandes desafios de saúde pública do BRICS, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na manhã desta quinta-feira (22), o BRICS Women’s Business Alliance (WBA) promoveu um encontro na 30ª Hospitalar para falar sobre os objetivos da entidade para a promoção da saúde das mulheres nos países do bloco às principais lideranças das entidades do setor de saúde.
Sob a liderança da empresária Mônica Monteiro, presidente mundial e do Brasil da WBA, o evento contou com a participação especial de Juliana Vicente (Head de Portfólio de Negócios da Informa Markets), Janete Vaz (líder do Grupo de Trabalho em Saúde da WBA), Danielle Feitosa (diretora da CNSaúde da Mulher – Confederação Nacional de Saúde da Mulher), Tânia Reis (vice-presidente do WBA), Breno Monteiro (presidente da CNSaúde – Confederação Nacional de Saúde) e o deputado Pedro Westphalen, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Federal.
Durante a abertura, a presidente da WBA destacou que a saúde tem sido um dos grandes vetores de cooperação entre os países BRICS. “Juntos, representamos quase metade da população mundial, o que nos coloca diante de um desafio enorme, mas também de uma oportunidade sem precedentes: construir soluções conjuntas para atender às demandas de bilhões de pessoas, com foco em acesso, qualidade e inovação”, observou.
Ela acredita que cooperação entre os países do bloco pode ser muito produtiva na área da saúde. “Por exemplo, hoje a nossa base de dados sobre doenças e medicamentos é toda norte-americana. Por que não podemos fazer uma base de dados semelhante com os países do BRICS?”, indaga.
Saúde da Mulher
Já a líder do Grupo de Trabalho em Saúde da WBA, Janete Vaz, ressaltou que a saúde das mulheres, em especial nas áreas de doenças evitáveis e saúde mental, é um dos grandes desafios do BRICS. “Nosso grupo defende uma ação coordenada e escalável entre os países do bloco para a construção de políticas públicas equitativas e baseadas em evidências, capazes de atender às prioridades compartilhadas e promover o bem-estar integral das mulheres”, afirmou.
Em sua fala, ela lembrou que o câncer do colo do útero ainda é uma das principais causas de morte entre mulheres em regiões de baixa renda, apesar da existência de ferramentas eficazes de prevenção, como a vacinação contra o HPV e exames regulares. O grupo sugere a ampliação da vacinação contra o HPV, rastreamento e tratamento precoce, a fim de contribuir para a erradicação do câncer do colo do útero. “Nossa meta é implementar um projeto-piloto em pelo menos uma cidade por país, com avaliação de impacto após um ano, criando um modelo escalável para outras localidades”, disse a médica.
Por outro lado, a ansiedade, a depressão e outros problemas relacionados à saúde mental da mulher aumentaram significativamente no pós-pandemia, necessitando de uma atenção especial. Essa realidade é agravada por violência de gênero, vulnerabilidade econômica e acesso desigual aos serviços de saúde. A falta de integração da saúde mental nos sistemas de atenção primária e a ausência de dados e protocolos harmonizados entre os países são desafios adicionais.
Por isso, o grupo de trabalho sugere uma iniciativa focada no problema, com o desenvolvimento de diretrizes comuns para triagem, diagnóstico e manejo de ansiedade e depressão nas redes de atenção primária. A proposta será apresentada em parceria com os Ministérios da Saúde dos países BRICS, com apoio técnico da Organização Mundial da Saúde e validação por instituições acadêmicas locais.
Homenagem
Ao final do evento, o BRICS Women’s Business Alliance (WBA) realizou a entrega de uma premiação para Juliana Vicente (Head de Portfólio de Negócios da Informa Markets) e Waleska Santos (fundadora e presidente da Hospitalar), o Grupo Mulheres do Brasil (representado por Annette Reeves, coordenadora do projeo ‘Juntos Contra o HPV’) e Breno Monteiro (presidente da CNSaúde – Confederação Nacional de Saúde).
