Quando o médico e cirurgião Luiz Alfredo Vieira d’Almeida criou o Núcleo de Tratamento da Obesidade, que leva seu nome, há 20 anos, ainda não imaginava como sua técnica de cirurgia bariátrica seria aprimorada na busca por qualidade de vida do paciente. O especialista foi o primeiro no Estado do Rio de Janeiro a realizar a modalidade de cirurgia pelo acesso robótico, ainda em 2012. O marco ocorreu no Hospital Samaritano Botafogo e agora bate seu recorde, com 602 pacientes operados com a tecnologia.
Por ter alta performance e gerar visão 3D ao cirurgião, a técnica é considerada mais segura e é especialmente recomendada para os pacientes com obesidade mórbida mais grave, os chamados “super obesos”, de IMC acima de 50. O sistema robótico é composto por um console, onde o cirurgião opera confortavelmente com pinças que dão precisão à mão humana e imagem da câmera em full HD. Um computador integra as informações entre o console e o robô. A relação entre o cirurgião e o aparelho é chamada de master/slave, o que significa que o robô precisa do cirurgião para ser comandado.
O cirurgião Luiz Alfredo diz que o resultado coroa o objetivo principal de sua clínica nas duas décadas de existência, celebradas este ano, bem como os 9 anos desde a primeira cirurgia robótica: devolver vida com qualidade aos pacientes. “A sociedade não tem o conhecimento de que a obesidade mórbida não tem cura, apesar da cirurgia e dos muitos medicamentos. Algo tem que ser feito, portanto esses pacientes necessitam ter ciência de sua doença e tratar pelo resto de suas vidas, mesmo os pacientes operados com a cirurgia bariátrica. O que eles não precisam, com certeza, é de julgamentos”.