De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano, cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele são registrados no Brasil. Os tipos mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas queratinocíticos supramencionados, o melanoma é um dos tipos mais agressivos de câncer de pele e registra 8,4 mil casos anualmente. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando descoberto no início, tanto os carcinomas de pele como os melanomas têm mais de 90% de chance de cura. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.
Os carcinomas queratinocíticos representam cerca de 95% de todos os casos e são os mais incidentes após os 40 anos, especialmente, em pessoas de pele, cabelos e olhos claros, que se expuseram excessivamente ao sol ao longo da vida. “No entanto, podem aparecer em qualquer idade, em pessoas com histórico familiar ou que se expõem exageradamente ao sol sem proteção adequada. Proteger a pele é fundamental para se blindar da doença. É necessário inclusive proteger o couro cabeludo”, explica Dr. Luiz Guilherme Martins Castro, dermatologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Para a Dra. Maria Victória Suárez Restrepo, dermatologista do Hospital, o autoexame da pele é muito importante para que o diagnóstico e o tratamento sejam alcançados com maior rapidez. “Ao realizar o autoexame da pele, é preciso estar atento a sinais como: feridas que não cicatrizam, asperezas na pele em áreas expostas ao sol e sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor”, explica a especialista. A orientação sobre como fazer o autoexame pode ser realizada pelo médico dermatologista. No entanto, o autoexame não substitui a avaliação anual feita por um dermatologista. Essa avaliação é fundamental.
A cirurgia é a modalidade terapêutica mais indicada para os tumores de pele. Eventualmente, alguns tumores de pele em fases iniciais podem ser tratados com métodos não cirúrgicos. Atualmente, para casos mais avançados que têm contraindicação cirúrgica, existem medicamentos orais que diminuem o tamanho do tumor e retardam a progressão da doença.
Melanomas
Um dos tipos mais graves de câncer de pele, responsável por cerca de 3% dos casos da doença, os melanomas têm uma relação menos direta com a exposição solar. Grande parte dos casos aparecem em áreas não expostas cronicamente ao sol, como dedos, couro cabeludo e nádegas. É importante ressaltar ainda que, muitos casos de melanoma, têm mais relação com mutações genéticas.
Ele pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Em pessoas de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É um tipo de câncer potencialmente muito grave, devido à alta possibilidade de metástase, mas se detectado e retirado na fase inicial, o prognóstico é bom, com taxas elevadas de cura.
Opções de tratamentos
O melanoma primário (que não apresenta metástases) é tratado cirurgicamente. Quando ocorrem metástases, pode ser tratado de várias formas e não somente por meio cirúrgico. Tanto a imunoterapia quanto a terapia-alvo, introduzidas há alguns anos nas possibilidades de tratamentos têm apresentado resultados excelentes nos casos de melanomas metastáticos. Os pacientes podem fazer um ou mais tratamentos, dependendo do estágio do tumor. “Mesmo havendo remoção dos melanomas, alguns pacientes podem precisar de terapia complementar, com o intuito de diminuir as chances de o melanoma retornar. Chamamos de terapia adjuvante. Pode haver também a necessidade de cirurgia em outros órgãos, caso o melanoma tenha se espalhado”, porém em tais situações a prioridade recai sobre o tratamento sistêmico, explica o oncologista clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Waldec Jorge David Filho.
Segundo o especialista, o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz favorece a aplicação imunoterapica de forma neoadjuvante no melanoma localmente avançado, ou seja, quando ela é iniciada antes do procedimento cirúrgico. “O tratamento sistêmico com carga de neoantígenos, substâncias que desencadeiam a produção de anticorpos e ativam os linfócitos, maior tem dado boas respostas e contribuído para a regressão de lesões. O objetivo é melhorar a sobrevida dos pacientes, retardando ou diminuindo o risco de o câncer recorrer”, finaliza o médico.