A evolução da tecnologia e a ‘Internet das Coisas’ prometem um novo salto no cuidados de saúde em um futuro próximo. Lançada neste ano nos Estados Unidos, a prótese inteligente de joelho promete coletar e transmitir informações sobre indicadores da função do joelho permitindo o monitoramento remoto dos pacientes no pós-operatório.
Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho, Dr. Rogério Fuchs, que esteve na apresentação da prótese inteligente durante o Congresso da Associação Americana de Cirurgiões do Joelho e Quadril (American Association of Hip and Knee Surgeons – AAHKS – na sigla em inglês) no último mês, a prótese é um avanço tecnológico importante para a ortopedia.
“A prótese contém um dispositivo que controla os movimentos do paciente, a função do joelho e os possíveis problemas que podem acontecer e as informações são transmitidas para um computador. Esse dispositivo funciona à bateria com duração de 10 anos ou mais, tempo suficiente para saber sobre o estado da prótese. Realmente é um avanço significante em nossa área de prótese de joelho”, explica o cirurgião.
A nova tecnologia foi aprovada para uso nos Estados Unidos em agosto pela Food and Drug Administration (FDA) – o equivalente à Anvisa no Brasil – e a primeira cirurgia foi realizada em outubro no Hospital for Special Surgery (HSS) em Nova York.
Conhecido como ‘Persona IQ’, a prótese registra e transmite sem fio dados de marcha e outras informações para uma estação, do tamanho de um modem, que se conecta a uma tomada na casa do paciente. Os dados são então enviados com segurança para uma plataforma baseada em nuvem, onde o cirurgião pode revisá-los e verificar o progresso e a recuperação do paciente.
“O monitoramento remoto pode mostrar algum problema já no pós-operatório imediato.
Isso pode levar a uma avaliação mais detalhada e decidir se precisamos agir de alguma maneira e até mudar algo na fase de reabilitação do paciente”, afirma o especialista.
Contudo, Dr. Rogério Fuchs explica que a chegada da tecnologia no Brasil ainda é incerta e sua eficiência só se provará com novos estudos.
“Não sabemos quando chegará ao Brasil, tendo em vista que isso terá um custo muito maior, mas só saberemos sobre a eficiência destes implantes após análises e trabalhos que serão desenvolvidos no futuro”, diz Rogério Fuchs.