Ao abrir uma clínica (instituição de saúde), o profissional da medicina deve se atentar para diversos aspectos que vão além da sua técnica e expertise na área de saúde em que atua. O grande potencial da clínica deve ser aproveitado e conquistado por meio de medidas confiáveis que possam atrair e fidelizar os pacientes. Do mesmo modo, é de grande importância que, ao se iniciar os trabalhos, toda a equipe busque oferecer serviços de excelência, evitando e diminuindo os riscos inerentes à essa atividade.
Para que as clínicas não deixem de lado pontos importantes para o bom convívio com os pacientes, as advogadas Thais Maia e Luciana Munhoz, sócias do escritório Maia & Munhoz Advocacia em Biodireito e Saúde, destacam quatro dicas básicas e importantes para que uma clínica de saúde faça um atendimento de excelência.
1 – Agendamento
De acordo com a advogada Luciana Munhoz, Mestre em Bioética, a relação com o paciente começa antes dele pisar na clínica. “É preciso entregá-lo às possibilidades de agendamento: telefone, WhatsApp, online. Hoje a vida está corrida para todos. É importante facilitar o acesso a você e de preferência dê opção de consulta presencial ou virtual”.
2 – Sala de espera/recepção
O ambiente da clínica fala muito sobre como será o atendimento. Foque nos detalhes: Ambiente, luz, cadeira, aromas, som. “Tudo influencia na percepção que o paciente constrói do profissional e como o paciente chegará no consultório quando for seu momento de atendimento”, destaca a advogada, Thais Maia.
3 – Consulta
Maia explica, ainda, que a falta de comunicação na consulta é motivo campeão de processos. “Você precisa deixar muito claro o passo a passo dos procedimentos a serem realizados. Tenha consigo um plano de tratamento e sempre preencha o prontuário do paciente com detalhes”. Segundo a especialista, uma desatenção em algum ponto pode gerar um conflito no futuro com algum paciente.
4 – Pós-consulta
Mantenha a comunicação com o paciente mesmo depois dele sair do consultório ou encerrar um procedimento. “Essa dica vale especialmente se existem cuidados a serem realizados após procedimento. Informe bem o paciente acerca dos cuidados e orientações pós-procedimento, e mantenha-se disponível para as necessidades que o paciente venha a demonstrar”, finaliza a advogada Luciana Munhoz.
5 – Documentação padronizada
Por fim, a advogada Thais Maia destaca que é essencial que a clínica seja bem organizada e tenha um portfólio jurídico bem estabelecido com uma jornada de documentos, para que o paciente sinta segurança e se sinta bem informado em relação a tudo que vai acontecer no tratamento. “Nós lidamos com situações que são judicializadas por conta da falta de informação. Quando a clínica respeita o seu paciente e o trata de uma forma humanizada, passando todas as informações, ou seja, elevando e respeitando a autonomia deste paciente, ele vai se sentir muito mais respeitado e mais apropriado do tratamento em si”, destaca a especialista.
Thais Maia explica ainda a importância dos documentos jurídicos ao longo de um tratamento. “Essa documentação deve ser repassada ao paciente de uma forma tranquila, e não de uma maneira burocrática e essa é a importância da personalização dos documentos conforme cada procedimento. Que eles sejam realmente feitos, elaborados e disponibilizados conforme o procedimento em si, e de acordo com o público-alvo daquela clínica. Tudo isso demonstra um trabalho muito individualizado que as clínicas têm que se atentar”, finaliza a especialista.