Janeiro é um mês de reflexões, recomeços e que traz para o calendário nacional uma data importante, mas, infelizmente, pouco fomentada: o Dia Nacional do Enfermo. Afinal, em meio às discussões recentes sobre a saúde da população mundial, o que ela nos diz? Qual alerta nos oferece?
Não é preciso se aprofundar muito na temática para entender que ela nos traz para o cerne da motivação do cuidado integral, aquele que não se atenta somente à cura de doenças, mas a todas as dimensões humanas que envolvem o paciente, a família e a sociedade. Um assunto bastante falado pelos principais players do segmento, mas que ainda precisa ser trabalhado com constância.
Ao passo que implementamos inovações tecnológicas, as quais facilitam a vida das pessoas, promovem a democratização do atendimento médico e garantem acesso a especialistas sem barreiras geográficas, não podemos nos desvincular da humanização.
Isso porque a ideia de que cada paciente possui uma enfermidade e para ela há um único diagnóstico, já não condiz com essa tendência e com a necessidade apresentada por quem passa por essa experiência. Aquele que busca uma consulta, seja ela presencial ou via telemedicina, quer, acima de tudo, atenção, orientações de como se manter saudável, agradece um olhar que vai além de um checklist pronto. Há muito mais do que questões biológicas. Uma visão holística também leva o profissional de saúde a ofertar apoio psicológico, social, moral e a estabilizar o quadro clínico por um conjunto de soluções.
O fato inquestionável é que gostamos de ser bem tratados, de termos um acompanhamento de nossos planos para uma vida mais plena e de podermos contar com aqueles que confiamos em qualquer hora e em qualquer lugar. Mais do que atendimento médico, buscamos parceria; buscamos incentivo para uma mudança importante em nosso estilo de vida; queremos celebrar nascimentos, o término de um árduo tratamento para doenças crônicas; almejamos essa troca positiva.
Nesse sentido, compreendemos que estamos caminhando a passos largos. A direção está dada, temos profissionais engajados e logo todos os brasileiros – e por que não dizer o mundo – poderão desfrutar desse suporte à saúde, como o que vem sendo feito no Projeto SOS Coração Amazonas, desde fevereiro de 2021. O Grupo Conexa, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), provê atendimento com voluntários em cardiologia para cerca de 19 municípios do Amazonas, que antes não tinham acesso à especialidade.
Independentemente das inovações que possamos implementar – veja o advento do 5G e suas possibilidades – jamais podemos nos esquecer de contemplar aquilo que nos faz humanos e constrói as nossas relações, sejam elas médicas ou não. Precisamos estar atentos ao bem-estar, à empatia e à capacidade de sermos diferentes, justamente por aquilo que nos torna iguais: o acolhimento.
Gabriel Garcez é diretor médico do Grupo Conexa