A manutenção da temperatura do recém-nascido, principalmente no pré-termo (prematuro), é um dos fatores mais relevantes para a sobrevivência desses bebês. Manter um controle térmico adequado, evita diversas complicações relacionadas à hipotermia e hipertermia e reduz a mortalidade e morbidade relacionados aos neonatos.
Para alertar sobre esse tema tão importante, o programa de Residência Médica em Neonatologia com o apoio da Residência de Enfermagem em Obstetrícia do Hospital Estadual da Mulher (Hemu), de Goiânia (GO), desenvolveu o Projeto Pinguim – Semana de Conscientização do Controle Térmico do Recém-nascido Pré-termo. De 21 a 24 de março, foram realizadas várias abordagens para a equipe da assistência.
Na programação, a equipe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal participou de uma oficina com a neonatologista e supervisora do Programa de Residência Médica em Neonatologia, Maria Bárbara Gomes, sobre a importância da monitorização da temperatura do neonato e participou de dinâmicas como a “Guloseimas x Conhecimento”, realizada pelos residentes da Neonatologia.
Uma exposição foi organizada pelos residentes de Enfermagem Obstétrica com o tema “Controle de temperatura com foco na assistência ao parto”.
A neonatologista Patrícia Figueira fecha a programação nesta quinta-feira (24), com uma oficina reforçando a importância do monitoramento da temperatura do neonato.
Temperatura
A temperatura corporal é o resultado do balanço entre os mecanismos de produção e de eliminação do calor. Os RNs, sobretudo os pré-termo, são mais propensos à perda rápida de temperatura por meio dos mecanismos de convecção, evaporação, condução e radiação. O controle térmico depende da idade gestacional e pós-natal, do peso de nascimento e das condições clínicas do RN. Quanto menor a idade gestacional e pós-natal, e pior o estado clínico do RN pré-termo, maior será a necessidade de suporte térmico ambiental para mantê-lo em boas condições.
A Organização Mundial de Saúde define como faixa de normalidade a temperatura do RN de 36,5 a 37°C e classifica a hipotermia conforme a gravidade: potencial estresse do frio (hipotermia leve) – temperatura entre 36,0 e 36,4°C; hipotermia moderada – temperatura entre 32,0 e 35,9°C e hipotermia grave – temperatura menor que 32,0°C. Para cada 1°C de queda da temperatura corporal do recém-nascido há aumento de 28% na mortalidade neonatal.
“O controle térmico é extremamente importante na assistência ao recém nascido, principalmente os prematuros. A sensibilização de toda equipe para monitorar este parâmetro , com certeza impactará em redução de mortalidade e complicações destes vulneráveis neonatos. Além das palestras oferecidas durante toda a semana, também entregamos uma revista digital informativa sobre as causas de hipotermia e estratégias para prevenção e resgate da normotermia”, destacou a médica Maria Bárbara.