Inspirado no Open Banking, o governo federal anunciou a intenção de criar o Open Health, um ambiente virtual que concentraria informações de saúde dos brasileiros, a serem acessadas por instituições da rede pública e privada – como operadoras e seguros saúde, hospitais e laboratórios – mediante a autorização e consentimento do paciente. Em 2020, o Ministério da Saúde lançou a Rede Nacional de Dados da Saúde (RNDS), um sistema que abriga informações dos pacientes atendidos na cadeia nacional de saúde. A iniciativa facilitou o registro da população vacinada contra a Covid-19 e outros serviços oferecidos pelo SUS. Open Health passou a ser uma denominação paralela, usada por setores da Saúde Suplementar para referendar a RNDS, causando polêmica e confusão junto aos players do setor. O evento objetiva esclarecer o contexto real da RNDS.
Para o sucesso da RNDS, todos os players da cadeia de saúde passariam a usar prontuários eletrônicos, cujos dados seriam imputados no sistema, mantendo o histórico clínico do paciente atualizado e compartilhado com médicos e profissionais da saúde, que o acessariam com o consentimento do paciente. “Os médicos precisarão trabalhar com registros eletrônicos evitando a perda do histórico médico de cada paciente e reduzindo desperdícios, a redundância de exames médicos, entre outros grandes problemas da saúde nacional. Com uma rede única e transversal, como a RNDS, esses problemas seriam reduzidos sensivelmente”, explica Hummel.
No dia 4, na programação do Warm Up “Open Health & RNDS”, haverá palestras e debate, que aquecerão a Feira Hospitalar, marcada para 17 a 20 de maio no São Paulo Expo, em São Paulo (SP). As palestras serão de Merched Chehed (diretor do Datasus – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e Mark Boyd (diretor da Platformable). Participam do debate “Open Health & RNDS: impacto na Saúde Suplementar” Jacson Barros (Strategic Business Development Manager na Amazon Web Service, a AWS), Claudio Maia (especialista de Open Everything da Awxay) e Luis Gustavo Kiatake (residente SBIS). O evento poderá ser assistido pela Hospitalar Hub de forma gratuita mediante cadastro.
Tendência internacional
Na visão de Hummel, o mundo caminha na direção do Open Health. Atualmente, a União Europeia está criando uma plataforma para os mesmos fins. Nos Estados Unidos, os players da cadeia de saúde têm prazo até 2024 para promover a interoperabilidade dos seus dados. Assim, diversas plataformas abertas trabalharão em conjunto (interoperarão), trocando dados de forma ágil e segura.
No Brasil, 15 mil unidades do SUS já estão na RNDS. Faltam ainda outras 27 mil ingressarem no sistema. A ideia é que, quando o paciente for atendido no pronto-socorro, num ambulatório ou numa consulta médica, todos os seus dados serão colocados na rede para armazenamento e compartilhamento com toda a cadeia de saúde. A sistemática permitirá, por exemplo, que um médico acesse o histórico de um paciente de qualquer parte do País. “Se uma pessoa do Sul visitar o Nordeste e passar mal, o médico poderá ter acesso a seu prontuário via rede”, explica Hummel.
Antes mesmo da criação da Open Health, as empresas de seguro saúde darão um passo na direção de um sistema aberto de dados, denominado Open Insurance, em fase de desenvolvimento. Trata-se de uma plataforma que vai permitir que clientes autorizem o compartilhamento de suas informações entre outras seguradoras autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo beneficiário.