Ressonância Magnética aumenta eficácia do diagnóstico de câncer de próstata, aponta estudo

Estudo publicado na última semana no The New England Journal of Medicine aponta que a Ressonância Magnética aumenta a eficácia de se diagnosticar o câncer de próstata clinicamente significativo (aquele que merece tratamento ativo). Este método avançado para o diagnóstico se mostra mais preciso que as estratégias convencionais (como o exame de PSA e toque retal), pois reduz a necessidade de biópsia em homens que tiveram o laudo normal ou pouco suspeito. Pois este resultado, na maioria das vezes, representa baixa evidência de tumor, ou mesmo lesões ditas ‘clinicamente insignificantes’, com as quais os pacientes não precisarão se preocupar num futuro próximo devido ao seu crescimento indolente (lento e que, na maioria dos casos, não necessita de tratamento).

A pesquisa foi realizada em 35 centros na Europa e EUA, com 500 homens, sendo que 252 deles foram encaminhados para a realização de uma Ressonância Magnética, enquanto 248 receberam a indicação direta de biópsia padrão. Tumores de alto grau foram identificados, respectivamente, em 38% dos pacientes que realizaram a ressonância magnética e em 26% dos pacientes que realizaram a biópsia padrão. Ao analisar esse dado, o radiologista Leonardo Kayat Bittencourt, da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI), comenta que os autores evidenciaram que, além de evitar muitos casos de biópsias desnecessárias, a ressonância magnética se mostrou sobretudo mais eficaz ao diagnosticar quais pacientes que, de fato, irão precisar de um tratamento.

Nas diretrizes atuais, a primeira suspeita de câncer de próstata deve aparecer durante os exames de rotina com o urologista, seja no toque retal ou na dosagem de PSA. Os homens que apresentam esta suspeita são encaminhados para biópsia guiada por ultrassonografia que retira em torno de 10 a 12 fragmentos para serem analisados. Já com a inclusão da Ressonância Magnética para o diagnóstico, os pacientes terão ganho significativo ao não precisarem se indispor a um exame desnecessariamente em caso de resultado negativo à ressonância. Enquanto os homens diagnosticados com o tumor terão maior acurácia de diagnóstico em uma biópsia guiada em caso de achado suspeito no exame.

Para os casos de grau avançado do tumor, a biópsia retira em torno de quatro fragmentos de tecido para análise, já que a ressonância permite precisão para realização do exame no local da doença. Vale ressaltar que a ressonância magnética não substituirá a biópsia e, sim, tem a proposta de melhor direcionar os casos que necessitam desse procedimento. A biópsia é essencial para encaminhar o paciente para o tratamento mais adequado, bem como, para o médico afirmar o grau de desenvolvimento e agressividade do câncer.

Redação

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