Associações de Saúde buscam soluções para questões que têm afetado integridade do setor

A 21ª reunião bimestral do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde, realizada no dia 6 de abril, inaugurou uma nova abordagem dos desafios e dilemas da ética na saúde, com a participação ativa das 28 associações, que trarão, a cada reunião, fatos do dia a dia que afetam a integridade do setor.

O presidente do Conselho de Administração do IES, Eduardo Winston Silva, salientou que a Saúde é a 3ª área de atuação do governo com mais despesas: 9,48% do total, depois de Previdência Social (44,31%) e Assistência Social (25,83%). Mas que um terço dos R$ 150 bilhões gastos em 2020 foram em estruturas de controle. “Isso se chama custo da ineficiência. Parece razoável que sigamos investindo somente em estruturas de comando e controle como solução para as distorções? Propomos alinhar aqui dentro padrões de atuação e comportamento que promovam essa confiança, diminuindo as distorções e, com isso, diminuam custos”, afirmou.

A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde foi a primeira a apresentar um dilema ético que vem impactando todo o setor: as distorções na saúde – retenção do faturamento, glosas injustificadas, desconto hospitalar ou financeiros ilegal e inadimplências (pagamentos que não são feitos 6 meses após a entrega de produtos por parte dos fornecedores) – que somam atualmente R$ 1,4 bilhão. O diretor executivo da ABRAIDI salientou que este é um problema de atinge de forma direta o fornecedor, mas inevitavelmente também recai sobre os hospitais, as fontes pagadoras, os pacientes e os profissionais de saúde, ameaçando a sustentabilidade do setor. “Há cinco anos seguidos o valor retido pelos hospitais privados e planos de saúde cresce. Precisamos trabalhar e lutar para corrigir isso, o sistema precisa se harmonizar para que todos façam o que é correto. O certo é faturar dentro do prazo. O setor de distribuição é fundamental para o país”, afirmou Bruno Bezerra.

A ABRAIDI vai elaborar um documento apontando as distorções em relação a transparência e coerência nas transações e como isso tem impactado a busca por padrões éticos no segmento. “Entendemos que ao promover um ambiente mais ético, pautado pela integridade, onde haja confiança entre os agentes, teremos um mercado mais eficiente. Isso acaba se revertendo em melhor atendimento aos pacientes”, disse Eduardo Winston.

Os outros temas debatidos na reunião foram: apresentação da diretoria reeleita para o biênio 2022/23, o plano estratégico, a participação do IES em eventos como o Summit of Americas e Hospitalar, a renovação do Acordo de Cooperação com o Tribunal de Contas da União, a pesquisa de Percepção de Corrupção na Saúde e o Marco de Consenso que já conta com 30 entidades aderentes.

Redação

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