Morte de recém-nascidos: momento delicado requer protocolos especializados das instituições de saúde

A morte de um dos filhos gêmeos do jogador Cristiano Ronaldo e da esposa, Georgina Rodríguez, reacendeu uma discussão sobre como as instituições de saúde lidam com os pais que acabaram de perder um filho recém nascido na própria maternidade. Para o especialista, é de extrema importância a criação de um protocolo de atendimento humanizado para gestante e casais que perdem um bebê.

“A perda de fetos é considerada como uma perda de um ente familiar e é muito importante que os profissionais que trabalham nessa área da ginecologia e da obstetrícia, em todos os seus aspectos, mas também aqueles profissionais que participam das radiografias, das ultrassonografias, da evolução daquele feto, tenham essa compreensão de um protocolo de ação quando há perda desse feto”, detalha Luciana Munhoz, especialista em bioética do escritório Maia e Munhoz Consultoria e Advocacia.

As circunstâncias da morte do menino de Cristiano Ronaldo ainda não estão claras, pois não foi divulgada pelo casal. Matéria da Folha de S.Paulo traz que a fatalidade é chamada pelos especialistas de “óbito neonatal precoce”, já que a morte ocorreu entre o nascimento e o sexto dia de vida do bebê. Essa classificação pertence ao grupo dos óbitos perinatais, que ocorrem entre a 28ª semana de gestação e 7° dia após o nascimento da criança.

A advogada Luciana Munhoz destaca que é muito importante um acolhimento da instituição de saúde como um todo nesse momento tão difícil para uma família. “Essa situação do Cristiano Ronaldo trouxe a luz de algo muito mais comum do que a gente imagina, que é a perda do falecimento de um feto logo após o falecimento e existem várias nuances que precisam ser abordadas”, diz.

A especialista avalia, ainda, que é muito importante a compreensão do que aquela família deseja.  “Ainda que seja no início da gestação, é importante esse acolhimento a fim de que a família sinta que ela possa se despedir da forma que achar melhor, pois é um procedimento muito delicado, porque o falecimento desse feto vem permeado de muitas dúvidas”, afirma.

A advogada Luciana Munhoz também ressalta que deve ser feito um treinamento da equipe do hospital para esses casos, pois como existem outros protocolos hospitalares, nesses casos a equipe deve promover o acolhimento a esses pais. “Seria muito importante designar uma pessoa específica para trazer essas informações, para acolher os genitores nesse momento, para dar explicações se a família tiver alguma dúvida e permitir que tenha acesso ao feto”, conclui a especialista em bioética.

Redação

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