A cirurgia ortognática, procurada por motivos ligados à saúde ou estéticos, ganhou um importante aliado nos últimos anos, na forma de largos avanços tecnológicos, e tornou-se minimamente invasiva. São inúmeros os benefícios proporcionados por essa cirurgia, que vão da melhora da mastigação, respiração, combate à apneia, que provoca ronco e traz sensação de cansaço pela manhã, à melhora da imagem e autoestima.
“Devido à evolução da tecnologia nos últimos anos, o procedimento se tornou mais seguro, rápido e minimamente invasivo, propiciando ao paciente um período de recuperação menor do que no passado. Hoje quem é submetido à cirurgia ortognática tem condições de retomar sua rotina diária de forma absolutamente normal entre 5 e 10 dias”, aponta o doutor Flávio Fidêncio de Lima, diretor clínico da Encore Clinic que é Cirurgião Bucomaxilofacial pelo CFO, membro efetivo do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Mestre em Implantodontia e pioneiro no país da nova técnica minimamente invasiva que poucos detêm o conhecimento e estrutura tecnológica. “A melhora no pós-operatório é possível ao aliar tecnologia de planejamento cirúrgico virtual, técnica cirúrgica menos traumática, medicações anestésicas específicas, fisioterapia e laserterapia precoce.”
Anteriormente, no pós-operatório, o local operado permanecia imobilizado por um período entre um mês e 45 dias, durante o qual a capacidade de comunicação do paciente por meio da fala permanecia comprometida, o que afetava suas atividades profissionais. Também no passado recente, no período de recuperação da cirurgia, a alimentação do paciente era realizada integralmente de forma líquida, por meio de canudos, os pacientes chegavam a perder dez quilos por conta dessa dificuldade, e sua higiene bucal se tornava bastante limitada.
“Por esses e outros motivos, o planejamento para se submeter a essa cirurgia bucomaxilofacial tinha que ser realizado com bastante antecedência”, lembra Lima. Mas mesmo naquele cenário, que ficou no passado quando é aplicada a tecnologia de ponta, essa modalidade cirúrgica já era popular há décadas, com ampla procura, tanto que serviu de pano de fundo para um episódio do desenho animado ‘Os Simpsons’, no qual o personagem Homer é submetido à cirurgia, gerando situações como o mal-estar causado por seu hálito por ficar semanas sem escovar os dentes. Apesar de a série ter a fama de ‘prever o futuro’, nesse caso, as técnicas evoluíram muito e a realidade, felizmente, mudou para melhor.”
O procedimento cirúrgico, que prendia o paciente à mesa de operação por até 8 horas, teve sua duração abreviada para 3 horas. A cirurgia não deixa mais cicatrizes no rosto, pois com o avanço da técnica, passou a ser desnecessária, por exemplo, a fixação de placas metálicas no osso da face.
“É indispensável, claro, a habilidade, conhecimento e experiência do cirurgião, mas seu potencial é maximizado quando lançamos mão do melhor da tecnologia, representado por recursos como a impressão digital em 3D, o prévio escaneamento e mapeamento da face, softwares especiais para trazer mais previsibilidade à operação”, explica Lima, também pós-graduado em Disfunção Temporo-Mandibular e que tem aprimorado sua técnica em contato direto junto a especialistas internacionais. “Com essas modernas técnicas, tornou-se possível realizar uma pré-operação, de forma virtual, antes do paciente se sentar na mesa de cirurgia. É como pilotar com o auxílio de um mapa, onde antes era terreno desconhecido; um outro benefício de grande interesse do paciente antes de passar pela cirurgia é que agora é possível mostrar a ele o ‘antes e depois’.”
Com o mapeamento virtual da cirurgia, é possível antever eventuais dificuldades e antecipar as soluções, com o uso de tecnologia de ponta, como a serra ultrassônica e laser, recursos utilizados por Lima nas operações que comanda o que resulta em um procedimento cirúrgico preciso, com incisões menores, e cortes mais discretos no rosto de seus pacientes.
A área a ser anestesiada também se tornou mais localizada, e o volume de tecido e ossos manipulados durante a cirurgia ficou menor. A cirurgia ortognática minimamente invasiva, mais do que um procedimento estético, tornou-se um recurso reconhecido pela importância para a preservação ou melhora da saúde. As despesas hospitalares relacionadas à cirurgia são cobertas pelos planos de saúde.
Pandemia e aumento de procura
O cenário de pandemia turbinou a procura pela cirurgia ortognática também por questões estéticas, em um movimento semelhante ao que aqueceu outros mercados como o estético, e imobiliário. Ao passar mais tempo em casa e por vê-la exposta em reuniões por vídeo, especialmente no início da pandemia, muitos trabalhadores passaram a investir em móveis novos ou mais funcionais, ou trocaram de residência. A permanência das pessoas em casa com a prática do home-office e adoção de videoconferências como meio de trabalho para realizar reuniões forçaram as pessoas a dirigir maior atenção aos próprios rostos.
“As pessoas passaram a se ver mais, por períodos mais prolongados, e muitos notaram crescimento facial ou a mandíbula pouco desenvolvida ou em excesso; posso dizer, por experiência profissional, que durante a pandemia do Covid-19 a procura pela cirurgia ortognática cresceu em cerca de quarenta por cento”, conta Lima, ao revelar outro perfil de interessados na cirurgia. “E tem aquele adolescente vítima de bullying na escola por causa da aparência que, em busca de ganhos estéticos, pode ser beneficiado pela cirurgia ortognática minimamente invasiva.”