O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), iniciou neste mês os encontros com os departamentos responsáveis pela a implantação do programa de uso racional de antimicrobianos na unidade. O primeiro treinamento aconteceu no anfiteatro da instituição e contou com a participação de colaboradores do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e da Farmácia da instituição. O novo protocolo reúne uma série de ações desenvolvidas pelas duas áreas a fim de racionalizar, padronizar e promover a administração segura desses medicamentos.
“Essa capacitação é o primeiro passo para elaboração do regulamento. Começamos por meio de uma demanda da farmácia, de padronizar esse processo, por isso iniciamos as discussões sobre essa medida. Sabemos que os antibióticos são fundamentais para o tratamento das doenças infecciosas, para ampliação da expectativa e qualidade de vida dos pacientes, mas o uso inadequado dessa medicação também pode trazer alguns malefícios durante o tratamento”, disse a infectologista, Dra. Fernanda de Oliveira Souto.
Dentre as desvantagens estão a resistência desses micro-organismos a maioria dos antimicrobianos, substância que mata ou inibe o desenvolvimento de bactérias, fungos, vírus ou protozoários. “Esse protocolo irá nos auxiliar na elaboração da prescrição, avaliação da indicação do uso correto dessas medicações, a averiguar se as doses estão adequadas e no controle do uso dos antibióticos de amplo espectro, ou seja, que atingem grande número de microrganismos nas doses terapêuticas, para que essas drogas não sejam prescritas sem necessidade”, explica a especialista.
Em 2020, quando a pandemia chegou ao Brasil, os hospitais de todo o país encontraram dificuldades na aplicação dessa classe de medicamento. Com o avanço dos estudos científicos e novas descobertas sobre o comportamento dessas medicações no combate de doenças infecciosas, os profissionais da saúde agora se reúnem para revalidar protocolos antigos. “Nós já contamos com outros protocolos de uso de antibióticos, mas com essa nova perspectiva, se faz necessário revalidar e adaptar esse processo. Precisamos avaliar as falhas, o que precisa ser melhorado e elaborar os novos. O de profilaxia antibiótica, por exemplo, a instituição já tem e já está na fase de revalidação”, conta Dra. Fernanda.
A médica ainda aproveita para ressaltar a importância do trabalho em equipe para que os resultados sejam eficazes. “É um passo importante para o hospital. Encontramos as equipes dispostas, envolvidas e interessadas na elaboração desse protocolo. Os maiores beneficiados serão os pacientes e isso é muito gratificante”, finaliza.