No mesmo mês em que é comemorado o Dia Nacional do Voluntário (28 de agosto), a Associação Viva e Deixe Viver conquista importante marco: chega aos 25 anos transformando vidas por meio da arte de contar histórias, atividade que acolhe bebês, crianças, adolescentes hospitalizados, seus familiares e equipes multiprofissionais. A ONG estima que mais de 3 milhões de pessoas já foram impactadas com a promoção da literatura infantojuvenil, em uma atividade que, segundo estudo feito pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e a Universidade Federal do ABC (UFABC), em parceria com a Viva, é capaz de trazer benefícios fisiológicos e emocionais para crianças internadas.
Imprimir profissionalismo na ação voluntária, na certeza de transformar horas qualificadas em resultados relevantes, é um dos diferenciais da ONG fundada por Valdir Cimino, em 1997. “Entre as nossas missões está o desenvolvimento do voluntariado. Capacitamos e formamos cidadãos conscientes da importância do acolhimento e do bem-estar a partir de valores humanos como empatia, ética e afeto, por meio da contação de histórias”, explica. Atualmente, a Viva e Deixe Viver conta com mais de 1,3 mil voluntários atuantes em 85 hospitais de 23 cidades brasileiras.
Contar e ler histórias, interação com a utilização de jogos, brincadeiras, canto e demais atividades que desenvolvam a criatividade são algumas das ações executadas pelos voluntários nos hospitais. “Eles participam de um extenso e qualificado curso de capacitação. E só permanecem com a gente aqueles que se comprometem a lutar pela causa, partilhando da mesma visão e seguindo os nossos princípios”, enfatiza Luciana Bernardo, diretora Executiva da Viva.
Foram muitas as conquistas alcançadas nos últimos 25 anos pela entidade. Por meio dos Fóruns de Humanização na Saúde, a Viva foi pioneira na discussão da melhoria das relações comunicacionais entre os agentes de saúde. Também foi a primeira a tratar da valorização da hora qualificada do voluntário com apoio de exemplos internacionais, como a política pública apresentada pela organização Independent Sector, dos Estados Unidos.
A Viva também virou modelo para outras iniciativas sociais, principalmente ONGs ligadas a crianças e adolescentes. Através do ‘Viva Eduque’, braço de difusão cultural da Viva, a entidade disponibiliza cursos, treinamentos, fóruns e consultoria presenciais e a distância voltados à criatividade, humanização e voluntariado, como o ‘Leitura do Ventre à Primeira Infância’, ‘Circuito Viva’, ‘Fórum de Humanização na Saúde’, entre outros.
“Por meio de experiências e pesquisas, desenvolvemos produtos, serviços e ideias em conteúdos absorvidos pelo mundo corporativo, como apoio à gestão de programas voluntários na saúde, educação e cultura”, explica Luciana.
O perfil do voluntário Viva – De acordo com a pesquisa Perfil do Voluntário 2021, realizada pela Havine Research, 89% dos voluntários da Viva são mulheres, enquanto 11% são homens. Outro indicativo do estudo é a média de horas dedicadas à entidade, chegando a 9,8 por mês, enquanto a média nacional é de 12,4. Por semana são doadas 2h30 pelos voluntários da instituição. O valor médio da hora voluntária da entidade é de R$ 30,20, totalizando um valor expressivo anual de mais de R$ 2,8 milhões ao capital humano, gastos com transporte, alimentação e demais recursos. Os voluntários ficam em média nove anos na instituição, enquanto a média brasileira é de apenas seis anos.
“A cada R$ 1,00 investido na Viva, devolvemos R$ 7,00 em capital humano”, diz Cimino. Atualmente, empresas como Pfizer, Volvo, Safran, Cremer, Banco Daycoval e UOL são algumas das patrocinadoras da Viva, que tem ainda uma série de apoiadores, como Instituto Helena Florisbal e Instituto Pensi. A Viva ainda conta com um plano incentivado pela Lei Rouanet.
De acordo com o Balanço Social 2021, o patrocínio representou 80% das receitas da entidade, 16% de doações, 2% de palestras, oficinas e produtos e 2% de rendimentos e aplicação financeira. Outra ação que merece destaque é a campanha “1 Milhão de Amigos”, que reativou a doação por pessoas físicas, com o propósito de atingir 1 milhão de doadores para promoção da sustentabilidade das atividades da Viva, no valor simbólico de R$ 10,00 ao ano. O projeto também tem a intenção de unir empresas que promovam a campanha com seus públicos.
“É um marco para uma ONG chegar aos 25 anos. Os desafios ao longo da jornada são gigantescos e somente com muito amor e insistência para seguir adiante. O resultado, porém, é maravilhoso, pois no decorrer de todo esse tempo, acompanhamos o crescimento e desenvolvimento de muitas crianças por meio da leitura, e isso não tem preço”, finaliza Cimino.