Se você tem problemas no ato de engolir os alimentos, tosse frequente, engasgo, pigarro durante e após a deglutição, sensação de alimento parado, regurgitação da comida, pneumonias e catarro frequentes ou emagrecimento sem causa aparente, o seu desconforto pode ser disfagia. As consequências podem levar a problemas neurológicos, como derrame, AVC (Acidente Vascular Cerebral), mal de Parkinson, mal de Alzheimer, acidentes, traumatismo craniano e também os cânceres de cabeça e pescoço, chamados de disfagias mecânicas.
Pensando em ajudar a essas pessoas, aos familiares de quem tem a enfermidade e aos cuidadores desses pacientes, Juliana Venites, coordenadora de fonoaudiologia da Nobre Saúde, sediada no Grande ABC, e Cristina Zerbini Carro, responsável técnica e coordenadora do setor de Fonoaudiologia do Hospital Vila Nova Star, na Capital, escreveram “Disfagia. Informação com Arte Para o Seu Dia a Dia”, livro para trazer ao conhecimento do público em geral tudo o que rodeia a doença, sintomas, causas, tratamentos, com leitura de fácil entendimento, agradável, quase um bate-papo.
“Disfagia é um problema na deglutição, ou seja, no ato de engolir os alimentos. À medida em que a gente engole, o alimento deve passar pela boca, pela faringe e depois para o esôfago. Em uma pessoa com disfagia esse trajeto está alterado. A comida, da boca, ao invés da faringe, ir para o esôfago, ela atinge um outro órgão, que é a laringe, podendo atingir também a traqueia e os pulmões, causando muitos problemas, como pneumonias, desnutrição, perda de peso e até a morte.”
As profissionais se conheceram na própria Nobre Saúde e não levou muito tempo para criarem forte laço de amizade, que rendeu também parceria em um negócio, a empresa CEAF (Centro de Ensino e Assistência Fonouadiológica). O prefácio do livro foi escrito pela doutora Leny Kirilos, fonoaudióloga da equipe de jornalismo da Rede Globo e colunista da CBN.
Segundo Juliana, a iniciativa para desenvolver a publicação deu-se pela ínfima quantidade de material sobre o tema no mercado. O que existe, a maioria em forma de cartilhas impositivas, não vai a fundo para desvendar os tabus e tudo o que rodeia a disfagia. A intenção, acrescenta ela, foi proporcionar leitura agradável, quase uma conversa com o leitor. Não há público específico. Todas as pessoas podem se inteirar sobre o tema folheando a publicação escrita pelas profissionais.
“Pensamos em falar de assunto difícil, mas de forma delicada. Para isso nós contratamos uma artista plástica para fazer as ilustrações. E fazemos muitas vezes no livro paralelo das ilustrações, das pinturas que a artista plástica fez com grandes pintores. Por isso o nome do livro é ‘Disfagia. Informação com Arte Para o Seu Dia a Dia’”.
Cristina também ressalta o uso de ilustrações como diferencial da publicação, com objetivo de trazer “leveza a tema que é um pouco mais denso”. A fonoaudióloga lembra que o livro fala também do processo normal de deglutição, o alterado, alerta à atenção que a pessoa deve ter com os primeiros sinais e sintomas para, de fato, entender se está no início da disfagia. Também ensina sobre algumas manobras e adaptações que as profissionais fazem para conseguir reverter o quadro.
“É justamente para desmistificar e aproximar esse tema, com linguagem simples, e ao mesmo tempo trazendo leveza, e essa leveza vem por meio de escrita muito narrativa e em conjunto com as ilustrações, que a gente vai fazendo correlação com os pintores. No livro a gente encontra muita citação de pintores famosos, como Leonardo da Vinci e Salvador Dalí. Entendemos que para um pintor conseguir traduzir em uma obra tudo aquilo que ele estava sentindo, querendo traduzir em desenho, precisou ter muita sensibilidade, cuidado, atenção, seja em uma paisagem, um sentimento ou um pensamento, e da mesma maneira é o cuidar de uma pessoa. A gente também precisa ter sensibilidade, olhar atento e cuidar muito grande para que essa pessoas consiga, de fato, ser tratada”, revela Cristina.
Verdadeira fonte de conhecimento, o livro, além de discorrer sobre a disfagia, de modo abrangente e profundo, também tranquiliza o paciente acometido pela enfermidade. Juliana ensina que em muitos casos a disfagia tem cura, sim! “Muitas vezes o tratamento é por meio de exercícios fonoaudiológicos e mudança na consistência da comida, nos alimentos ingeridos, e no jeito de a pessoa comer, no hábito alimentar”, relata ela.
“Que a gente consiga levar para as pessoas a informação sobre disfagia de forma clara e simples, para que todos entendam o motivo pelo qual é importante ficar atento aos primeiros sinais e sintomas e tudo que pode ser feito”, acrescenta Cristina.
Para quando a cura torna-se difícil, Juliana informa que existe forma de “brecar” a enfermidade. “Por meio de exercícios e mudanças na alimentação. Muitas vezes o paciente deve usar via alternativa de alimentação, que é sonda colocada através do nariz ou no próprio estômago.”
Outro profissional que ajuda no tratamento à disfagia é o nutricionista. É ele que auxiliará no acompanhamento do paciente, para que este recupere o peso perdido. “O maior risco da disfagia são as pneumonias de repetição, pneumonias muito sérias, que podem levar até a morte e, sobretudo, a desnutrição e a desidratação, a perda de peso”, encerra Juliana.
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