O cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, da capital paulista, explica que esse é um tema que tem que ser abordado antes da cirurgia na consulta pré-operatória do paciente para compreender a dinâmica do álcool na vida do paciente, porque o álcool é um problema que, muitas vezes, começou antes e, após a bariátrica, pode agravar.
O médico explica que o paciente que ingere álcool – nem que seja uma vez por semana – já tem um hábito que faz parte da vida e precisa ser olhado. Além disso ser um grande fator no reganho de pós após a cirurgia, há ainda a questão que envolve a compulsão, que pode ser trocada pelo hábito de comer, pelo de beber. “É comum que paciente com indicação de bariátrica não comam para se satisfazer do ponto de vista calórico. Elas comem para satisfazer do ponto de vista emocional e do ponto de vista social”, fala.
Dr. Rodrigo ressalta que ao analisar a população de obesos submetidos à bariátrica, 25% deles chegam a ter problemas com álcool. Esse pode ser um efeito também pós cirúrgico já que a partir do momento em que elas vão ganhando autoestima pela perda de peso, naturalmente vão trocando as roupas, vão entendendo que a dinâmica social se tornar outra, começam a sair mais e o álcool passa a estar mais presente na vida. “Então, o paciente acaba trocando um problema por outro”, alerta.
Toda essa triagem tem que ser abordada em conjunto do cirurgião, do psicólogo, do nutricionista e fazer entender que regra é regra e exceção é exceção. “Qualquer dose de álcool, desde que seja de modo repetitivo, semanal pode ser considerado um problema para quem precisa ser submetido à bariátrica, para quem precisa perder peso e para quem já tem alguma compulsão – seja ela qual for”, finaliza.