Pesquisa Datafolha “Saúde Mental dos Brasileiros 2022”, encomendada pela Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e pela Viatris, nova empresa de saúde global com o propósito de empoderar as pessoas ao redor do mundo para viverem com mais saúde em todas as fases da vida, mostra como o uso das redes sociais pode ter influenciado na saúde mental dos brasileiros nos últimos anos.
Isso porque 38% dos brasileiros revelaram sentir medo de ser julgado pelo conteúdo que posta nas redes sociais. Os mais jovens, de 16 a 24 anos, foram os que mais se sentiram impactados, com o percentual de 43%.
Além disso, 26% confessaram se sentirem cobrados a manter uma atividade constante nas redes sociais. Em contrapartida, aproximadamente 79% brasileiros concordam que essas mesmas redes podem contribuir para aumentar os problemas de saúde mental.
O fato das redes sociais fazerem parecer que todo mundo é bonito, feliz e bem-sucedido fazem com que ao menos 65% dos usuários se sintam insatisfeitos com suas vidas. Por fim, 84% consideram que os haters, que são pessoas que julgam e propagam o ódio nas redes sociais, podem influenciar no crescimento do nível de suicídio na sociedade.
“Cada vez mais nos deparamos com as redes sociais, usadas de forma exagerada, como uma fonte de ansiedade e ainda geradora de uma alta carga de pressão para demonstrar felicidade e positividade justamente em momentos de adversidade”, afirma o médico psiquiatra Fernando Fernandes.
*A pesquisa do Instituto Datafolha é quantitativa, foi realizada de 02 e 13 de agosto de 2022. A abrangência é nacional, tendo sido realizadas 2098 entrevistas, distribuídas em 130 municípios de todas as regiões. Os entrevistados possuem 16 anos ou mais e pertencem a todas as classes econômicas.
Dia da Saúde Mental: entenda 5 transtornos comuns e como perceber os sintomas
Pesquisa mostra que aumentou a preocupação dos brasileiros com questões psíquicas, superando inclusive o câncer, que costumava ser citado como um dos problemas de saúde mais preocupantes.
Quase metade dos brasileiros – 49% – consideram os transtornos mentais um dos principais problemas de saúde no país, ficando atrás apenas do Coronavírus. Essa foi a primeira vez que a saúde mental foi apontada pelos brasileiros como uma preocupação maior do que o câncer, no levantamento ‘Monitor Global dos Serviços de Saúde’, realizado pela empresa de pesquisa Ipsos em 34 países.
“Existem diferentes quadros relacionados à saúde mental e geralmente eles estão associados a sofrimentos ou incapacidade funcional em áreas importantes da vida. Por isso, é importante que, ao perceber qualquer sinal, as pessoas busquem ajuda profissional para ter um diagnóstico preciso. Somente assim, é possível indicar o tratamento adequado, para recuperar a qualidade de vida”, orienta Milene Rosenthal, psicóloga co-fundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental, que atende de forma online pacientes em todo o país.
Conheça os distúrbios mais comuns:
Burnout – Também conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional, o Burnout é um estado de exaustão física e emocional que pode ser desencadeado quando se experimenta estresse de longo prazo no trabalho ou quando se trabalhou em uma função física ou emocionalmente desgastante por um longo tempo. Os sinais desse quadro incluem sentir-se cansado ou esgotado a maior parte do tempo, sentimento de impotência, prisão ou derrota.
Ansiedade – Os transtornos de ansiedade costumam se manifestar com medo e preocupação excessivos e alterações comportamentais associadas a essas sensações. Existem diferentes tipos de quadros, como o transtorno de ansiedade generalizada (preocupação excessiva), transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social (medo e preocupação excessivos em situações sociais) e transtorno de ansiedade de separação (medo excessivo ou ansiedade sobre a separação de pessoas com vínculo afetivo profundo).
Depressão – A depressão não deve ser confundida com mudanças de humor normais do dia a dia e nem com respostas emocionais naturais aos problemas da vida cotidiana. Em um episódio depressivo, a pessoa experimenta um humor deprimido na maior parte do tempo (tristeza, irritabilidade, sensação de vazio) ou perda de interesse em atividades que costumavam trazer satisfação ou prazer. Outros sintomas podem estar presentes, como dificuldade de concentração, sentimento de culpa excessiva, baixa autoestima, falta de esperança, distúrbios do sono, alterações no apetite e falta de energia.
Transtorno bipolar – Pessoas afetadas por esse transtorno experimentam episódios depressivos alternados com períodos de euforia. Durante o estado depressivo, experimentam o humor deprimido, com tristeza, irritabilidade e sensação de vazio. Já os sintomas da euforia, podem incluir a irritabilidade também, assim como aumento da atividade ou da energia, pensamentos acelerados, aumento da autoestima, diminuição da necessidade de sono, distração e comportamento impulsivo e imprudente.
Transtorno de estresse pós-traumático – Esse distúrbio pode se desenvolver após a exposição a um evento ou série de eventos extremamente ameaçadores. A pessoa que enfrenta esse quadro revive o evento traumático no presente e passa a evitar pensamentos e memórias do evento ou evitar atividades, situações e pessoas que despertem essas lembranças.
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