23º Simpósio Internacional de Neonatologia: Especialistas discutem melhores práticas no cuidado com prematuros

Crédito: Anderson Timóteo/Divulgação Grupo Santa Joana

Antecipando o Novembro Roxo, mês de conscientização sobre os cuidados com bebês prematuros, o 23º Simpósio Internacional de Neonatologia, promovido pelo Grupo Santa Joana, que contempla os Hospitais e Maternidades Santa Joana, Pro Matre Paulista e Santa Maria, reuniu alguns dos maiores especialistas no assunto do Brasil e do mundo para um ciclo de atualizações e novos aprendizados relacionados aos tratamentos intensivos neonatais.

O encontro, destinado a pediatras e neonatologistas, aconteceu nos dias 30 de setembro e 1° de outubro no Anfiteatro da Pro Matre, em São Paulo. Três conferências foram mediadas pelo renomado pediatra americano Matthew A. Rysavy, diretor de learning healthcare em neonatologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston (EUA).

O especialista é autor de publicações no NEJM, Jama, New York Times e Wall Street Journal sobre as diretrizes internacionais para cuidados perinatais de prematuros extremos, aqueles nascidos com 22 e 23 semanas. Rysavy destacou as melhores práticas nas UTIs Neonatais que observou em países como Canadá, Alemanha, Suécia e Japão com relação ao cuidado dos prematuros e um ponto em comum entre as unidades avaliadas foi a integração da equipe multidisciplinar.

“É fundamental haver um protocolo bem alinhado no hospital, com um grupo de médicos e enfermeiras que saibam absolutamente o que fazer diante de casos assim. Os obstetras também são parte essencial e a primeira coisa que eu faço no meu dia de trabalho é conversar com eles”, afirmou o pediatra. “Além disso, a família deve ser uma parceira, porque no final são eles que tomam as decisões. Na minha experiência, os pais apreciam a sinceridade por parte da equipe, e agradecem  por seus filhos terem uma chance”, completou.

Sepse tardia em UTI Neonatal esteve em debate; quase 250 inscritos participaram 

Outro tema em destaque no 23º Simpósio Internacional de Neonatologia do Grupo Santa Joana foi a sepse tardia, um dos principais desafios no cuidado dos recém-nascidos devido ao manejo de materiais como cateteres, punções venosas e tubo endotraqueal, muitas vezes necessários na rotina de uma UTI Neonatal. Quem palestrou sobre o assunto foi a médica infectologista das Maternidades Santa Joana e Pro Matre, Rosana Richtmann.

A doutora em Medicina pela Universidade de Freiburg (Alemanha) destacou a importância de um diagnóstico preciso de sepse tardia logo após a manifestação de sintomas, além dos cuidados preventivos nos hospitais de referência em prematuros no Brasil, que ainda necessita de leitos para essa população.

“Como não há um sinal específico de sepse tardia neonatal, todo recém-nascido prematuro que apresente sintomas deve ser tratado dessa forma. A falta do correto diagnóstico no início pode gerar uma série de repercussões para o ambiente da UTI Neonatal, além do prognóstico da criança”, avaliou a especialista. “Aqui, aplicamos a cultura da vigilância, o que tem proporcionado excelentes indicadores de sobrevida para o bebê prematuro, e isso é especialmente difícil em um país que tem um déficit de mais de dois mil leitos de UTI Neonatal”, finalizou.

O evento contou com a participação de quase 250 profissionais entre pediatrias, obstetras, cardiologistas, infectologistas e cirurgiões que vieram de todas as regiões brasileiras, sendo 29 do Nordeste, região que mais teve inscritos além do Sudeste. Com isso, a expertise do Grupo Santa Joana nos cuidados com bebês prematuros, desenvolvida em mais de 70 anos de história, foi somada aos temas mundiais mais relevantes dessa área por meio de debates com profissionais de diversas áreas.

Redação

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