Artigo – O papel da Saúde Integrativa no atendimento a pacientes sob cuidados paliativos

Enquanto profissionais da saúde, na área da enfermagem, sempre pensamos em como aliviar o sofrimento, tanto do paciente como da família, para além do cuidado com sua saúde física. Encontramos, nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), um importante meio para direcionar a assistência aos nossos pacientes, a fim de promover a ampliação deste atendimento.

As PICS são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde e qualidade de vida, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Como exemplo, podemos citar a Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Arteterapia, Meditação, Musicoterapia, Reiki, Yoga e Aromaterapia, dentre outras.

Desde que a Rede de Hospitais São Camilo de SP implementou o Núcleo de Saúde Integrativa, em parceria com diversos profissionais e apoio da diretoria, passamos a oferecer Reiki, musicoterapia e meditação, com um olhar especial aos pacientes que estão sob cuidados paliativos.

As práticas têm como pilar o tratamento do indivíduo como um todo, relacionando atendimento interdisciplinar com a medicina tradicional, objetivando oferecer uma abordagem multidisciplinar e um cuidado com efetividade e mantendo o foco nas necessidades do paciente para ampliar sua autonomia.

Diversos estudos norteiam e reforçam as evidências de que as práticas integrativas auxiliam no manejo dos sintomas, visando garantir a busca por um fim de vida livre e sem sofrimento, possibilitando assistir ao paciente em paliativo e sua rede de apoio com técnicas de abordagens menos invasivas, principalmente no tratamento de doenças graves e de prognóstico reservado.

Esse trabalho gratificante ganha ainda mais significado quando percebemos, através dos relatos dos pacientes, a efetividade das práticas integrativas, sobretudo nos aspectos emocionais, psicossociais, afetivos e espirituais.

Diariamente, recebemos depoimentos sobre a sensação de acolhimento, afeto, carinho e contribuição no manejo sintomático, que despertam a memória afetiva, principalmente, de pacientes com diagnóstico de demência, no apoio aos familiares que estão vivenciando o luto antecipatório.

O acolhimento proposto pelas técnicas comprova que o paciente encontra muito mais conforto e bem-estar, colaborando para uma vida com mais qualidade, independentemente do seu prognóstico.

Com isso, vivenciamos experiências enriquecedoras e que nos encorajam a continuar. As práticas integrativas, sem dúvida, ampliam o sentido do “cuidar”. É quando uma música, um toque, um olhar diferenciado são capazes de criar uma conexão que vai além do tratamento medicamentoso.

Clarissa Somogy de Oliveira, Andressa Yuri Arakari Gelmetti e Michele Dantas dos Santos Peres são enfermeiras especializadas em Cuidados Paliativos e atuam no Núcleo de Saúde Integrativa da Rede de Hospitais São Camilo SP

Redação

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