Diagnóstico em fases iniciais é uma das ferramentas mais poderosas no combate à progressão da Doença de Alzheimer

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2021, cerca de 1,2 milhão de brasileiros apresentavam alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados a cada ano¹. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões e, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão alcançar 74,7 milhões em 2030 e 139 milhões de pessoas em 2050, devido ao envelhecimento da população e a quatro fatores de risco associados à Doença de Alzheimer, como: tabagismo, obesidade, altos níveis de glicose no sangue e escolaridade². Esse cenário mostra que a doença traz consigo uma crise global de saúde que precisa ser enfrentada, especialmente, por ser uma patologia neurodegenerativa, ainda sem cura e que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade.

O médico Gustavo Bruniera, patologista clínico e coordenador de Serviço de Líquor do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a progressão da Doença de Alzheimer (DA) acontece em fases: “A doença se inicia de 15 a 20 anos antes mesmo do seu primeiro sintoma clínico. Então, esse paciente que já tem uma patologia, sem manifestação clínica, entra numa fase de ‘comprometimento cognitivo leve’ (CCL ou MCI) e, depois, passa para um estágio mais avançado da doença, de demência, que pode ser leve, moderado ou grave”. O termo CCL é frequentemente usado para se referir a um conjunto de sintomas relacionados à memória ou a outras funções cognitivas e que podem significar uma transição entre cognição normal e demência.

Os sintomas da DA se desenvolvem de forma progressiva, mais comumente começando com comprometimento da memória, seguido de deterioração em outras habilidades cognitivas, resultando em perda gradual da capacidade de realizar atividades da vida diária e impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente. Portanto, a busca por um médico especialista e por um diagnóstico no momento certo é crucial para aconselhamento, planejamento de tratamento e cuidados mais adequados para cada fase da doença.

Com mais de duas décadas de pesquisa científica sobre a Doença de Alzheimer, a Roche Diagnóstica, especialista mundial em diagnóstico in vitro, vem trabalhando em testes com biomarcadores inovadores para resolver questões clínicas e detectar a doença em seus estágios iniciais, contribuindo para interromper sua progressão e, assim, preservar o que torna as pessoas quem elas são. “Estamos trazendo para o mercado os testes IVD, em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), que aumentam a precisão do diagnóstico e a confiança do médico”, explica Carlos Martins, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil.

Os critérios clínicos atuais para o diagnóstico da DA requerem que o paciente apresente algum grau de demência, sendo feito, na maioria das vezes, pela exclusão de outras patologias. Nesse sentido, a Roche Diagnóstica traz ao mercado uma tecnologia capaz de avaliar a dosagem de proteínas no líquor que possuem associação com a doença de Alzheimer. A dosagem dessas proteínas, também conhecidas como biomarcadores TAU e beta-amiloide, permitem o diagnóstico e são detectáveis na fase de Comprometimento Cognitivo Leve. Acúmulo de beta-amiloide e tau são as principais características patológicas do Alzheimer, que podem surgir 15 anos antes do início dos sintomas.

O CCL é um fator de risco significativo para demência e pode, em alguns casos, representar a fase prodrômica da DA ou outros distúrbios neurodegenerativos. Cerca de 35% dos pacientes que apresentam este fator evoluem para demência com traços de Alzheimer³. Existem muitas causas de CCL, nem todas estão relacionadas a distúrbios neurodegenerativos progressivos. “O diagnóstico clínico em um paciente com comprometimento cognitivo leve é extremamente desafiador, por isso há necessidade de testes diagnósticos mais precisos, como o nosso”, explica Carlos Martins.

Outro benefício do teste da Roche Diagnóstica é a automação, algo muito relevante tanto para os laboratórios quanto para o paciente. Com ele, é possível simplificar o processo de execução, além de excluir interferentes por ser um sistema fechado de diagnóstico. Dessa forma, o laboratório passa a ter uma maior padronização, levando a resultados de alta precisão para os pacientes e, também, de uma forma mais rápida.

Tratamento da Doença de Alzheimer (DA)

Cientificamente, a possibilidade de fazer um diagnóstico em fases iniciais é essencial para a avaliação clínica de novos medicamentos potencialmente modificadores da doença contra a DA. “Os biomarcadores serão fundamentais no contexto da medicina personalizada para identificar e selecionar qual paciente poderá se beneficiar do medicamento e em qual momento. Sairemos de uma classificação clínica, baseada em sintomas, para uma classificação biológica, que verifica, a partir de testes, se o paciente tem a condição e em qual estágio está, para poder intervir com o tratamento adequado”, esclarece o médico Gustavo Bruniera.

Atualmente, a Roche conta com moléculas em diferentes fases de desenvolvimento clínico para doença de Alzheimer. A empresa está comprometida em atender às necessidades das pessoas que vivem com essa condição em toda a jornada do paciente: além do teste diagnóstico confirmatório pela beta-amiloide no líquido cefalorraquidiano (LCR), a Roche conta com uma robusto programa de estudos clínicos, contemplando quatro moléculas diferentes e novos marcadores diagnósticos para exames de imagem.

Em estágio mais avançado de desenvolvimento, temos o gantenerumabe, um anticorpo monoclonal experimental e totalmente humano para administração subcutânea (SC) que foi projetado para promover a depuração de placas amiloides no cérebro e, potencialmente, retardar a progressão da DA. O programa clínico do gantenerumabe tem mais de 20 anos e, atualmente, conta com dois estudos globais randomizados de fase III, de braços paralelos e controlados por placebo, GRADUATE I e II, com objetivo de avaliar a segurança e eficácia da molécula em pessoas com DA no estágio inicial (prodrômica a leve). Os ensaios incluem mais de 2.000 pacientes tratados por mais de dois anos em até 350 centros em mais de 30 países em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Referências:

¹Ministério da Saúde: bvsms.saude.gov.br

²Alzheimer’s Disease International: www.alzint.org

³Wiley Online Library: onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1600-0447.2008.01326.x?casa_token=PcuwQ

Redação

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